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    “Eu já fui crucificada, massacrada e ameaçada”, diz PM que recusou ajuda em SP

    Policial militar filmada recusando ajuda a um jovem negro ameaçado por um investigador da Polícia Civil disse ainda que está "sendo alvo de chacota"

    Marcos Guedesda CNN

    A soldado da Polícia Militar Tamires Borges, de 28 anos, foi identificada pela Secretaria de Segurança Pública depois de ter sido filmada recusando ajuda a um jovem negro que sofreu ameaças de um homem armado, no último domingo (12) na frente da estação de metrô Carandiru, na zona norte de São Paulo. O caso, revelado pela “Ponte Jornalismo”, repercutiu nas redes sociais.

    A CNN entrou em contato com a policial, que trabalha no 5° Batalhão da Polícia Militar, na zona norte de São Paulo, para entender os motivos que fizeram ela não prestar auxílio a um jovem negro e ainda tê-lo dado um pontapé. Ela também não deu voz de prisão ao homem que ameaçava o rapaz com uma arma.

    Borges não quis explicar as atitudes que tomou naquela tarde. Ela se limitou a dizer que estava sendo crucificada e que havia virado alvo de chacotas e ‘memes’. “Agora vocês querem falar comigo?”, perguntou a policial militar. Borges não quis explicar as atitudes que tomou naquela tarde. Ela se limitou a dizer que estava sendo crucificada e que havia virado alvo de chacotas e memes. “Eu já fui crucificada, massacrada, ameaçada e alvo de chacota. Agora vocês querem falar comigo?”, perguntou a policial militar.

    “Estou sob forte pressão psicológica. Fale com o meu advogado”, encerrou Borges quando foi alertada que o espaço estava aberto para ela apresentar a versão sobre ter agido de forma, que foi considerada inadequada pela Secretaria de Segurança Pública.

    A CNN entrou em contato com o advogado da policial, Wanderley Alves, que informou que “a soldado Tamires agiu de acordo com o procedimento operacional padrão que regula a atuação do policial militar de folga, ainda que fardado”. “Você se abriga, observa o que está acontecendo e não é pra agir em hipótese alguma a não ser que esteja acontecendo um evento de extrema urgência”, explica.

    O advogado ressalta que caso a policial atuasse usando a arma, poderia acontecer um evento ainda mais grave. “Um policial vai ser penalizado se agir ou se não agir. Na minha concepção, foi melhor ela não ter feito o uso da arma, que poderia desencadear uma tragédia”, finaliza.

    O caso

    Um homem branco segura um rapaz negro pelo pescoço e grita ameaçando o rapaz que teria acabado de roubar um celular, segundo testemunhas ouvidas pela reportagem.

    Outro homem branco aparece na cena e saca uma arma e ameaça atirar no jovem. Uma mulher se coloca na linha de tiro. Testemunhas observam e gritam frases como “vai roubar, não” e “tem emprego pra todo mundo, vai procurar um trampo”.

    A soldado Borges é chamada para ajudar na ocorrência, mas diz que o procedimento é ligar na emergência da PM. O jovem negro tenta se aproximar dela, mas ela reage ameaçando dar chutes nele.

    Depois de toda a confusão, a policial ainda discute com um repórter cinematográfico, que registrou a cena quando passava em frente a entrada do parque da Juventude, no bairro do Carandiru, Zona Norte de São Paulo, no último domingo (12).

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