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    Onda de calor: saiba como cuidar da saúde durante as altas temperaturas

    Segundo meteorologista, calor intenso pode seguir até abril de 2024 em algumas regiões

    Ana Coelhoda CNN

    As altas temperaturas vão permanecer em diversos estados do país nos próximos dias, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

    Nesta segunda-feira (13), as temperaturas devem atingir os 40 °C em Campo Grande e Cuiabá. Já em São Paulo, os termômetros devem atingir 37 °C no período da tarde.

    O final de semana foi marcado por recordes nos termômetros paulistas e cariocas. São Paulo e Rio de Janeiro registraram neste domingo (12), o dia mais quente do ano, com 36,9 °C e 41,8 °C, respectivamente.

    Na capital fluminense, a sensação térmica chegou aos 50,5 °C.

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    A exposição direta ao sol e a falta de hidratação podem levar a consequências que vão de queda de pressão a desmaios, além de aumentar o risco de doenças graves como o melanoma, uma das formas mais graves do câncer de pele.

    A CNN conversou com os cardiologistas Sérgio Timerman, diretor do Instituto do Coração (InCor) e Augusto Scalabrini Neto, do Hospital Sírio Libanês, que compartilharam dicas de como se prevenir de problemas de saúde causados por temperaturas acima do normal e explicaram quais são as implicações.

    CUIDADOS

    Tomar água

    “Quando a pessoa está sentindo sede, ela já está desidratada. Não espere ficar com sede e comece a se hidratar com água”, diz Scalabrini.

    O médico explica que a indicação é manter uma garrafa de água sempre por perto, bebê-la ao longo do dia todo e, nas altas temperaturas, ingerir ao menos 2 litros de água.

    Como a atual onda de calor está acompanhada, também, de um tempo muito seco, os riscos de desidratação ficam ainda maiores.

    Outras formas de hidratação

    O diretor do InCor lembra que a desidratação atinge o corpo por diversas frentes além da sede, podendo ser sentida também em mucosas como a do nariz e na pele.

    As vias nasais também podem ser hidratadas, com soro fisiológico por exemplo.

    Além disso, ele reforça a importância da instalação de bebedouros públicos, piscinas e até mesmo a distribuição de sprays para ajudar a manter as pessoas frescas e hidratadas durante todo o período de calor extremo.

    Filtro solar

    A aplicação de protetores solares é essencial para proteger a pele, tendo como principal intuito a redução de risco da evolução de doenças como melanoma e outros tipos de câncer de pele.

    Horário de exposição

    A indicação dos médicos é evitar a exposição ao sol, aproximadamente, das 10h da manhã até as 16h ou 17h, no fim da tarde, para evitar problemas como insolação.

    O pico de calor acontece entre 13h e 14h, explica Scalabrini.

    Segundo Timerman, a insolação, também conhecida como golpe de calor, é uma doença grave causada pelo excesso de calor. Ela ocorre quando o corpo não consegue mais regular sua temperatura, levando a um aumento rápido da temperatura corporal.

    “O mecanismo de transpiração falha e o organismo não consegue se resfriar, podendo levar a um colapso. É essencial que a insolação seja tratada como uma emergência médica.”, afirmou o diretor do InCor.

    O uso de boné, chapéu e guarda-sol também ajuda a reduzir os efeitos da exposição direta ao sol.

    Exercícios físicos

    As práticas de atividade física causam aquecimento corporal, por isso, é importante evitar exercícios ao ar livre durante os alertas de calor, afirmam os especialistas.

    De acordo com Scalabrin, praticar exercícios físicos durante picos de calor pode causar tontura e até episódios de desmaio.

    Como se alimentar

    Scalabrin recomenda que a população evite o consumo de alimentos que são mais difíceis de digerir, como refeições pesadas e gordurosas.

    O recomendável é a ingestão de alimentos mais leves em menor quantidade e com intervalos mais curtos, a cada duas horas.

    “Quando você come, parte da circulação é desviada para o sistema digestivo, para fazer a digestão, o que diminui o aporte de sangue para outras regiões do corpo”, diz Scalabrini.

    SINTOMAS

    De acordo com os médicos, há alguns sintomas típicos do calor em excesso e que podem, também, ser os primeiros sinais de uma situação de estresse no corpo.
    Entre os principais, estão:

    • Fadiga e cansaço
    • Sede
    • Sudorese
    • Dor de cabeça
    • Pele avermelhada

    “Eventos extremos de calor podem ser perigosos para a saúde, até mesmo fatais. Esses eventos resultam em aumentos nas internações hospitalares por doenças relacionadas ao calor, bem como por distúrbios cardiovasculares e respiratórios”, explica Timerman, do Incor.

    De acordo com ele, crianças, idosos e alguns outros grupos, incluindo pessoas com doenças crônicas, populações de baixa renda e trabalhadores ao ar livre, correm mais risco de doenças relacionadas ao calor.

    Além disso, temperaturas mais altas e problemas respiratórios também estão relacionados. Uma das razões é porque as temperaturas elevadas contribuem para o acúmulo de poluentes nocivos.

    “Cidades como São Paulo, Rio e Brasília já registraram grandes aumentos nas taxas de internações e mortalidade durante as ondas de calor. Por isso, tome cuidado.”, acrescentou Timerman.

    O que está causando as altas temperaturas no país?

    A meteorologista do Climatempo, Maria Clara Sassaki explicou como o fenômeno natural “El Niño” afeta as condições meteorológicas do Brasil.

    “Na região do Equador, a água do oceano está mais aquecida do que o normal, assim como outras porções de águas oceânicas. Isso significa mais energia para a atmosfera, causando ondas de calor intensas e recordes de temperatura. Isso está relacionado à quantidade de água quente”, afirma Sassaki.

    De acordo com ela, os oceanos são os responsáveis por trazer energia para a atmosfera, influenciando as temperaturas e os extremos climáticos.

    “Podemos esperar esse calor intenso em algumas regiões até abril, quando a influência do El Niño começa a diminuir”, conclui.

    *(Com supervisão de Marcos Rosendo)

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