Pena de morte: no Alabama, preso será executado com nitrogênio
Condenado seria executado em dezembro novembro, mas o procedimento precisou ser cancelado após problemas na aplicação da injeção letal
O estado norte-americano do Alabama programou a primeira execução do país por hipóxia com nitrogênio, uma alternativa à injeção letal, segundo a governadora republicana Kay Ivey.
A execução de Kenneth Eugene Smith por injeção letal foi cancelada em novembro após problemas no procedimento. Com isso, seguiu-se um pedido para que o homem fosse condenado à morte com gás nitrogênio, em vez de injeção letal.
A execução de Smith agora está marcada para ocorrer entre 25 e 26 de janeiro de 2024, de acordo com um comunicado à imprensa da governadora Kay Ivey.
A morte por hipóxia de nitrogênio priva o cérebro e o corpo de oxigênio, de modo que o preso morre por asfixia, segundo o Centro de Informações sobre Pena de Morte, uma organização sem fins lucrativos que monitora, analisa e divulga informações sobre a pena capital.
O novo cenário no caso de Smith ocorre depois que o Alabama interrompeu as execuções no outono passado e revisou seu processo de execução depois que problemas com injeções letais ganharam destaque nacional.
O Alabama finalizou os primeiros protocolos de execução do novo método em agosto, após aprovação do método em 2018, disse o Centro de Informações sobre Pena de Morte. O estado tem 165 presidiários no corredor da morte, de acordo com a Secretaria Estadual de Correções.
Ainda assim, os advogados de Smith acenaram para outras questões não resolvidas relacionadas ao caso e disseram que estão “desapontados” pelo fato de a governadora “aparentemente” ter definido uma data de execução para seu cliente, de acordo com sua declaração de quarta-feira (9) à CNN.
“Continuaremos a buscar a aplicação dos direitos do Sr. Smith por meio do processo judicial”, diz o comunicado. “Como os 11 jurados que não acreditavam que o Sr. Smith deva ser executado, continuamos esperançosos de que aqueles que analisaram este caso verão que uma segunda tentativa de executar o Sr. Smith – com um protocolo que nunca foi totalmente divulgado a ele ou ao seu advogado – é injustificado e injusto.”
A Suprema Corte dos EUA apoiou em maio o pedido de Smith para ser morto por gás nitrogênio. A ação do tribunal ocorreu depois que a maioria dos juízes votaram no início do mandato de justiça para permitir que a execução de Smith prosseguisse por injeção letal.
Smith foi condenado juntamente com um cúmplice pela morte, em 1988, de Elizabeth Dorlene Sennett em uma conspiração de assassinato de aluguel. Os dois foram contratados pelo marido de Sennett, que estava envolvido em um caso e havia feito uma grande apólice de seguro para sua esposa, informou a CNN anteriormente.
O caso de Smith foi julgado por um júri duas vezes, observou o procurador-geral do Alabama, Steve Marshall, e ambos resultaram em condenações. Em novo julgamento de 1996, o júri de Smith o condenou por 11 votos favoráveis e um contra pela recomendação de prisão perpétua, mas um juiz rejeitou a decisão e impôs a pena de morte.