Uso de internet por pessoas mais velhas foi o que mais cresceu em 2022
Streaming de vídeo pago chega a 43% das casas com acesso à internet no país, diz levantamento
O grupo de pessoas com 60 anos ou mais foi o que teve o maior aumento no consumo de internet no período de 12 meses entre 2021 e 2022. Este é um dos destaques da Pnad Contínua TIC 2022, que investiga o acesso à Internet e à televisão nos domicílios e a posse e o uso de telefone celular pelas pessoas com 10 anos ou mais do país.
Em 2021, 57,5% da população com 60 anos ou mais utilizavam a internet; em 2022 o número saltou para 62,1% (aumento de 4,6%). Em 2016, apenas 24,7% das pessoas nesse grupo usavam a internet.
A faixa etária com pessoas entre 50 e 59 anos vem na sequência, com 3% de crescimento nos 12 meses analisados, passando de 83,3% para 86,3%.
O levantamento foi divulgado nesta quinta-feira (9), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O grupo de pessoas com idade entre 10 e 13 anos apresentou crescimento de usuários da rede de 2,7%. Em 2021, eram 82,2% do grupo que utilizava a internet; em 2022, o percentual saltou para 84,9%.
A pesquisa mostra ainda que o celular continua sendo o principal meio de acesso à internet do brasileiro. Houve também o aumento no número de pessoas que acessam a rede por meio de televisores, assim como diminuiu o acesso por meio de computadores. São 98,9% dos usuários que utilizam a telefonia móvel para acessar a internet, enquanto 47,5% fazem isso por televisores, 35,5% por microcomputadores e 7,6% por tablets.
Internet
Em 2022, a Internet foi utilizada em 91,5% dos domicílios particulares permanentes (68,9 milhões), um aumento de 1,5% em relação a 2021. Apesar do aumento consistente desde o início da série histórica, a taxa de crescimento tem sido cada vez menor, o que denotaria aproximação desse número à universalização da internet nos domicílios brasileiros.
Houve ainda uma redução da diferença entre conectividade em áreas urbanas e rurais. Em 2016, essa diferença foi maior do que 40% e caiu para 15,4% em 2022.
Celular
De 2016 a 2022, houve um aumento no número de domicílios com o serviço de rede móvel celular, seja para uso de internet ou para telefonia, tanto em áreas urbanas quanto em áreas rurais.
Segundo os dados disponibilizados, o resultado do indicador da área rural permaneceu em nível “substancialmente inferior” ao da área urbana. Nesse período, no total de domicílios do país, o percentual daqueles em que o serviço de rede móvel celular funcionava, para internet ou para telefonia, passou de 86,2% para 92%, no total; de 89,7% para 95,2%, em área urbana; e de 63,7% para 69,4%, em área rural.
Televisão
Em 2022, dos 75,3 milhões de domicílios particulares permanentes do país, em 94,9% havia televisão — 95,6% na área urbana e 90,4% na rural. As regiões Sudeste e Sul apresentaram as maiores proporções de domicílios com televisão (96,6% e 96,2%, respectivamente). Por outro lado, a região Norte apresentou a menor proporção, 89,9%.
O percentual de domicílios com somente televisão de tela fina subiu de 84,2% para 87,9% entre 2021 e 2022, enquanto o daqueles com somente televisão de tubo caiu de 11,9% para 9,2%. O percentual de domicílios com ambos os tipos de televisão teve redução de 3,9% para 2,9%.
A televisão por assinatura esteve presente em 19,8 milhões de domicílios em 2022 — 27,7% das casas com televisão no país. A proporção foi de 28,8% em área urbana e de 19,8% em área rural.
Entre 2021 e 2022, o percentual de domicílios com televisão por assinatura apresentou queda de 0,1%. Nas áreas urbanas houve uma queda de 0,4%, enquanto nas rurais registrou-se um aumento de 2%, passando de 17,8% para 19,8%
Streamings e conectividade
Neste ano, a Pnad Contínua incluiu um novo quesito sobre a existência de serviço pago de streaming de vídeo nos domicílios brasileiros. Considerando os domicílios com acesso à Internet, 31,1 milhões ou 43,4% possuíam acesso a este tipo de serviço. As Grandes Regiões com maior percentual de acesso a serviço pago de streaming de vídeo foram: Sul (50,3%), Centro-Oeste (50,3%) e Sudeste (48,1%).
O levantamento ainda traz, de maneira inédita, informações sobre a existência de dispositivos inteligentes nos domicílios (que podem ser comandados via Internet, como câmeras, caixas de som, lâmpadas, ar-condicionado, geladeiras etc.). São 14,3% do total de pessoas com acesso à internet fazendo uso de dispositivos do gênero.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua PNAD Contínua investigou o módulo temático sobre Tecnologia da Informação e Comunicação – TIC no quarto trimestre de 2022.