Thiaguinho é melhor que Taylor Swift? Phelipe Siani lança a polêmica
Não importa quem concorda, o fato é que não podemos ignorar estudos que mostram o poder transformador que a música ao vivo do nosso ídolo tem no nosso equilíbrio emocional
Quantas horas você trabalha por dia? São as tradicionais 8 com 2 horas de almoço ou são mais? Chegam a 9, 10, 12, 14 horas de trabalho? Se a rotina for cansativa nesse nível, como é que você encara isso? Não aguenta mais e quer se cuidar ou romantiza, é daqueles ou daquelas que acham bonito falar que se “dedica ao extremo à própria carreira”? Qualquer resposta que você der não muda o resultado de uma pesquisa que fizeram lá na Universidade do Kansas, nos Estados Unidos.
Eles conversaram com cerca de 2 mil pessoas. Todas jovens, entre 12 e 25 anos de idade. O questionamento foi sobre algo trivial: quais os efeitos que um show de música ao vivo tem em você? Sabe o que 8 em cada 10 responderam? Que acreditam que a música e os shows têm um impacto positivo no humor deles, no bem-estar como um todo. E sabe qual o artista que mais causa isso nessa galera toda? Taylor Swift foi a resposta de quase um terço dos entrevistados!
Tem uma reportagem muito legal aqui mesmo no site da CNN mostrando essa pesquisa em detalhes e conversando com especialistas pra explicar o por quê disso, por que faz sentido ter sensações gostosas nesses momentos e como isso ajuda a gente na vida. Mas o que quero trazer nesse texto, na real, é o aspecto mais importante disso tudo, pelo menos pra mim: o quanto a gente despreza o poder que o lazer em geral tem sobre o nosso bem-estar.
Sabe por que comecei te perguntando sobre as suas horas trabalhadas? Porque muita gente só consegue enxergar a rotina de trabalho como a única rotina possível dentro de um dia útil. E isso não pode ser normalizado em hipótese alguma. Quem diz isso são os números da Organização Mundial da Saúde, a OMS, que, em 2021, fez um levantamento de dados em parceria com a Organização Internacional do Trabalho e descobriu que jornadas muito longas mataram 745 mil pessoas. E esses números mostram uma realidade que era de 2016, bem antes da pandemia. Imagina como estão as coisas hoje?!
Os dados falam até sobre a barra que é considerada abusiva do “trabalhar demais”. Quem ultrapassa as 55 horas semanais tem 35% mais chances de ter um acidente vascular cerebral, o tal do derrame. Essa pessoa tem também 17% mais chances de morrer de alguma doença do coração se a comparação for com quem trabalha de 35 a 40 horas no mesmo período.
Eu já fiz um texto há pouco tempo falando sobre a importância de entender que trabalhar muito não necessariamente é sinônimo de trabalhar com eficiência porque quem tá cansado demais obviamente vai render menos. Mas também não adianta parar de trabalhar e não ter nenhuma ferramenta pra desacelerar a cabeça. É aí que a gente volta pra história da música ao vivo como meio pra fazer isso acontecer.
Acompanhar um artista no palco que a gente gosta é uma atitude poderosa demais no combate a muitos problemas emocionais que a gente pode ter hoje em dia, com tanta informação sendo bombardeada ao mesmo tempo nas nossas cabeças.
São muitos perfis nas redes sociais tentando convencer a gente o tempo todo que, por mais que seja ótima, a nossa vida nunca vai ser “suficiente” comparada ao que tem ali. A música faz a gente esquecer um pouco dessa lógica (e essa, especificamente, é uma conclusão minha por experiência própria). Os especialistas falam em “momentos de êxtase”, “sentimento de felicidade”, “excitação, “realização e bem-estar”. Absolutamente tudo que a gente não consegue alcançar praticamente dormindo durante a análise de planilhas na frente de um computador.
É nesse ponto que eu digo… seja um show do Thiaguinho ou da Taylor Swift, vai em busca daquilo que te dá prazer. Eu entendo o quanto são importantes na vida as fases mais intensas, que demandam sim uma dedicação mais pesada num projeto específico ou na tentativa de uma promoção no trabalho. Mas a sua saúde precisa ser o seu limite. A música ao vivo é um exemplo do que pode te tirar dessa rodinha de rato de laboratório, mas qualquer fuga é válida. Qualquer coisa que te leve pro seu estado de graça, que traga de volta o sorriso no rosto que pode assustar a possibilidade de um burnout ou algo do tipo.
Eu não tô dizendo que é um equilíbrio fácil de se conquistar, todo mundo precisa pagar boleto, é lógico. Mas de nada adianta tá com as contas em dia e viver no negativo com o exame de sangue. Pra mim, um show do Thiaguinho é quem me tira desse estado de desespero profissional. E o seu? Qual o ingresso pra sua vida menos arriscada?