Cessar-fogo humanitário em Gaza é urgente, diz secretário-geral da ONU
Segundo António Guterres, a região está se tornando um "cemitério de crianças" no conflito entre Israel e o grupo radical islâmico Hamas
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse nesta segunda-feira (6) que Gaza está “se tornando um cemitério de crianças” e que a deterioração das condições na região torna mais urgente a necessidade de um cessar-fogo humanitário.
“O pesadelo em Gaza é mais do que uma crise humanitária. É uma crise da humanidade”, disse o secretário-geral a jornalistas na sede ONU, em Nova York.
A fala de Guterres ocorre no momento em que o número de palestinos mortos em Gaza desde o ataque do Hamas a Israel, em 7 de outubro, passou de 10.000, disse nesta segunda o Ministério da Saúde controlado controlado pelo grupo radical islâmico.
Guterres afirmou ainda que a ONU e seus parceiros vão enviar um apoio humanitário para ajudar toda a população de Gaza, da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental.
“A catástrofe que se desenrola torna a necessidade de um cessar-fogo humanitário mais urgente a cada hora que passa. As partes envolvidas no conflito – e, na verdade, a comunidade internacional – enfrentam uma responsabilidade imediata e fundamental: pôr fim a este sofrimento coletivo desumano e expandir dramaticamente a ajuda humanitária a Gaza”, disse Guterres.
O secretário-geral também sublinhou a importância de proteger os civis, apelou a um cessar-fogo humanitário imediato e disse que “nenhuma parte em um conflito armado está acima do direito humanitário internacional”.
Mais de 400 caminhões chegaram a Gaza a partir da passagem de Rafah nas últimas duas semanas, um número aquém dos cerca de 500 por dia que atravessavam antes do conflito, disse Guterres.
A travessia de Rafah “por si só não tem capacidade para dar a ajuda na escala necessária”, e a ajuda que chegou até agora representa uma “gota de assistência que não satisfaz o oceano de necessidades”, disse Guterres.
Guterres reiterou sua condenação aos ataques terroristas do Hamas e apelou à libertação dos reféns mantidos em cativeiro pela organização extremista.