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    Embaixada de Israel exibe vídeos chocantes e afirma: “Hamas e Estado Islâmico são iguais”

    Declaração foi dada em meio às pressões de dezenas de países pela segurança de civis palestinos, que têm morrido nos bombardeios de Israel à Faixa de Gaza

    Daniel Rittnerda CNN , Brasília

    “Por que a gente está vivo? Por que a gente está vivo?”, grita sem parar um menino israelense, não mais que 7 ou 8 anos de idade, para o irmão pouquíssima coisa mais velho. O pai deles tinha acabado de morrer em um dos kibutzim atacados no dia 7 de outubro.

    A família percebe que a comunidade, nas proximidades da fronteira com a Faixa de Gaza, havia sido invadida. Ouve tiros e esconde-se em um abrigo nos fundos da casa. Um terrorista do Hamas os localiza. Lança uma granada na direção dos três.

    O pai desaba ensanguentado. Sob olhares do terrorista, os dois meninos saem correndo e voltam para a sala de casa. O mais novo grita, passa a mão no rosto e percebe que um de seus olhos havia simplesmente caído com a explosão.

    Esse talvez seja um dos momentos mais terrivelmente chocantes nos 43 minutos de vídeos que a embaixada de Israel em Brasília divulgou nesta quarta-feira (1º) para um pequeno grupo de jornalistas. As imagens foram capturadas por câmeras de segurança das localidades atacadas e por câmeras posicionadas nos coletes dos terroristas.

    “Estou sem palavras”, disse o embaixador Daniel Zonshine, após um longo silêncio entre os presentes, quando acabou a exibição dos vídeos. “Vocês podem entender o choque em Israel.”

    Todo o esforço da diplomacia israelense é para mostrar que o modus operandi do Hamas não deve nada ao Estado Islâmico. A comparação foi feita mais de uma vez por Zonshine.

    Em um dos trechos dos vídeos, um terrorista liga para seus pais em Gaza. Está eufórico e pede que eles abram as fotos recém-enviadas pelo aplicativo de mensagens. “Eu matei mais de dez judeus com as minhas próprias mãos”, vibra. Do outro lado da linha, o pai afirma para a mãe que seu filho é um herói.

    “Enfrentamos uma dificuldade com a comunidade internacional, que às vezes acha apropriado até certo ponto e normaliza o massacre [de israelenses]”, afirmou Zonshine.

    Em meio às pressões de dezenas de países pela segurança de civis palestinos, que têm morrido nos bombardeios de Israel à Faixa de Gaza, o embaixador argumentou que “a mente humana se adapta à realidade e vai se esquecendo de fatos importantes”.

    Ele não quis falar sobre a atuação do Brasil no Conselho de Segurança da ONU e nem sobre as declarações recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que classificou a resposta militar de Israel em Gaza como um “genocídio”.

    “Temos diferenças de opiniões, mas já tratamos disso algumas vezes”, limitou-se a dizer o diplomata. Só tocou, rapidamente, em dois pontos dos quais disse ter sentido falta no projeto de resolução brasileira nas Nações Unidas: menções à necessidade de interromper o financiamento ao Hamas e inviabilizar a chegada de armas ao grupo radical islâmico.

    Presente na exibição dos vídeos, o adido militar de Israel em Brasília mostrou supostas mensagens de texto enviadas pelo Hamas aos telefones de civis palestinos, recomendando que não saíssem do norte de Gaza rumo ao sul, na contramão dos alertas dados por Tel Aviv.

    O adido disse ainda que as Forças de Defesa de Israel identificaram que o Hamas estava recolhendo chaves de veículos e fazendo bloqueios em estradas para impedir a evacuação de civis.

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