Aécio recusa voltar ao comando do PSDB e pede união: “Temos que reverter o estrago”
Após ter nome ventilado para substituir Eduardo Leite, deputado articula sucessão na legenda e defende pacificação
Diretamente envolvido nas articulações para uma troca de comando no PSDB, o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) disse à CNN que está de fato decidido a não se apresentar como alternativa para presidir a legenda.
Em uma articulação casada com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, atual presidente do partido, Aécio passou os últimos dias negociando com outros caciques tucanos um nome alternativo para a vaga. A ideia é achar um nome que ajude a estancar a disputa interna da sigla e preparar o terreno para as eleições do ano que vem.
“Tive um apelo forte de muitos colegas. Mas eu não tenho mais essa pretensão (de presidir o PSDB), porque sei da demanda que isso envolve, até porque estive por anos nessa posição. Mas eu quero participar, vou contribuir. Quero que o partido consiga voltar atrás no que aconteceu no ano passado. Temos que reverter esse estrago”, disse Aécio, em conversa por telefone nesta sexta-feira (27).
Eduardo Leite decidiu recentemente não se apresentar para mais um mandato no comando do PSDB, para se concentrar no governo gaúcho. Uma vez que Leite surge como principal alternativa do PSDB para disputar o Planalto em 2026, aliados passaram a defender seu afastamento do comando partidário também para se blindar da disputa interna que ganhou forma nos últimos meses.
Várias reuniões foram realizadas ao longo dos últimos dias, na tentativa de desenhar uma estratégia para pacificar a legenda. Caciques tucanos fizeram um diagnóstico da situação em cada Estado e procuraram afunilar a lista de cotados para presidir o PSDB. Os mais citados, segundo tucanos ouvidos pela CNN, são neste momento José Aníbal (SP) e Tasso Jereissati (CE).
O maior foco de atrito está no diretório tucano em São Paulo, onde um grupo que dava sustentação aos ex-governadores João Doria e Rodrigo Garcia bateu de frente com Eduardo Leite e seus aliados.
O embate acabou resultando na destituição da executiva paulista e no adiamento da convenção estadual para o ano que vem, por determinação do comando nacional do partido.
A convenção estadual estava agendada inicialmente para este domingo, dia 29. Ontem, líderes tucanos que divergem da direção nacional, distribuíram por Whatsapp convocações para a convenção, mantendo a data deste domingo. A realização do evento contraria o estatuto do partido e, se confirmada, vai alimentar ainda mais a judicialização da disputa interna tucana.