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    Exército mira civis após quebrar sigilo de militares envolvidos em furto de metralhadoras

    Expectativa é encontrar troca de mensagens e depósitos bancários que possam levar os investigadores ao passo-a-passo do sumiço das armas

    Jussara Soaresda CNN

    O Inquérito Policial Militar (IPM) que apura o furto de 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra do Exército em Barueri, na Grande São Paulo, tenta identificar agora civis que possam ter atuado junto a militares no crime. Uma das hipóteses é que militares foram cooptados por facções criminosas fora do quartel.

    A investigação do Comando Militar do Sudeste tenta chegar aos criminosos a partir da quebra do sigilo fiscal e telemática de um grupo de sete militares suspeitos. O acesso aos dados foi autorizado pela Justiça Militar.

    A expectativa é encontrar troca de mensagens e depósitos bancários que possam levar os investigadores ao passo-a-passo do sumiço das armas, desde o planejamento até a receptação.

    Das 21 metralhadoras furtadas, 17 já foram localizadas no Rio de Janeiro e em São Paulo. Quatro armas seguem desparecidas.

    O Inquérito Policial Militar (IPM) pode investigar civis, pois se trata de um crime militar. As polícias Civil e Federal têm colaborado com as investigações.

    O IPM, aberto em 11 de outubro, tem prazo de 40 dias para ser concluído, podendo ser prorrogado por mais 20 dias. A expectativa dos oficiais envolvidos na investigação era concluir o trabalho em menos de 30 dias, porém com o aumento de civis suspeitos o prazo total deve ser usado.

    Com o avançar as investigações, o Comando Militar do Sudeste liberou na terça-feira (24) os últimos 40 militares que estavam retidos no quartel em Barueri após o desaparecimento das armas.

    Investigação

    O Comando Militar do Sudeste faz dois tipos de apurações sobre o desparecimento das armas: além do Inquérito Policial Militar, há também um procedimento administrativo.

    Segundo informações do Exército, as possíveis contravenções no âmbito criminal são: furto, peculato, receptação, desaparecimento, consunção ou extravio. Cabe ao Ministério Público Militar apresentar a denúncia.

    No âmbito do procedimento administrativo que investiga 20 militares, podem ser anunciadas nesta semana as prisões disciplinares de integrantes do quartel que teriam sido negligentes na gerência, fiscalização e controle de armamento.

    Neste caso, os envolvidos podem ser penalizados com advertência, impedimento disciplinar, detenção ou prisão disciplinar de até 30 dias. As detenções disciplinares não necessitam de autorização da Justiça Militar.

    Vale ressaltar que um procedimento administrativo não vincula diretamente os militares ao crime. Eles podem ser punidos, por exemplo, por não terem feito a contagem das armas ou ter permitido a entrada de pessoas não autorizadas em locais restritos.

    VÍDEO: Oito armas furtadas do Exército em SP são encontradas no Rio de Janeiro

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