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    A nova inimiga número 1 de Donald Trump é uma senadora republicana

    Ex-presidente norte-americano está trabalhando ativamente para expulsar a senadora do Alasca, Lisa Murkowski

    Donald Trump se voltou contra senadora republicana
    Donald Trump se voltou contra senadora republicana Foto: Getty Images

    Chris Cillizza, da CNN

    Na tarde de sexta-feira (19), o ex-presidente Donald Trump tornou oficial: ele está trabalhando ativamente para expulsar a senadora do Alasca, Lisa Murkowski, nas primárias republicanas do próximo ano.

    Trump apoia Kelly Tshibaka, uma ex-comissária do Departamento de Administração do Alasca que havia anunciado uma campanha contra Murkowski em março, para o cargo de senadora. 

    “Lisa Murkowski é ruim para o Alasca”, disse Trump em um comunicado divulgado pelo Save America PAC. “Murkowski tem que ir! Kelly Tshibaka é a candidata que pode derrotar Murkowski —e ela o fará. Kelly é uma lutadora que defende os valores do Alasca e o America First. Ela é MAGA de todos os modos, pró-energia, forte na fronteira, dura com o crime e apoia totalmente nossos militares e nossos grandes veteranos.”

    E com isso, Murkowski se tornou oficialmente a inimiga nº 1 de Trump —e o ex-presidente (ainda a figura mais poderosa dentro do Partido Republicano) colocou-se em conflito direto com o líder da minoria do Senado Mitch McConnell (Kentucky), que apoiou Murkowski na reeleição.

    O endosso de Trump não é nenhuma surpresa, visto que ele se opõe abertamente a Murkowski há meses. Ela fazia parte de um pequeno grupo de republicanos no Senado dispostos a romper com Trump —inclusive votando contra ele por suas ações durante e após o motim de 6 de janeiro no Capitólio dos Estados Unidos.

    Já em abril, Trump prometia derrubar Murkowski.

    Lisa Murkowski
    A senadora do Alasca Lisa Murkowski
    Foto: Reprodução/Facebook

     

    “Não irei endossar, em hipótese alguma, a candidata fracassada do grande Estado do Alasca, Lisa Murkowski”, disse ele na época. “Não sei onde as outras pessoas estarão no próximo ano, mas sei onde estarei —no Alasca, fazendo campanha contra uma senadora desleal e muito ruim.”

    Murkowski falou pouco sobre Trump (ou Tshibaka) até agora. E embora a popularidade de Trump dentro da base do Partido Republicano seja inquestionável —e preocuparia qualquer candidato do outro lado de seu apoio— há razões para acreditar que Murkowski ainda tem uma chance sólida de vencer.

    1) Ela é um nome muito conhecido:

    Murkowski está no cargo desde 2002. Seu pai, Frank, já havia cumprido mandato no Senado e como governador.

    2) O Alasca tem uma primária aberta:

    Graças às recentes mudanças na lei eleitoral na Última Fronteira, haverá uma única primária no Alasca no próximo ano, com os quatro primeiros votantes – independentemente do partido – avançando para as eleições gerais.

    3) O Alasca tem votação de escolha por classificação:

    Os eleitores poderão classificar suas escolhas de candidatos do 1º ao 4º lugar. Se Murkowski (ou qualquer outra pessoa) não conseguir chegar a 50%, o candidato em último lugar será eliminado e seus votos divididos com base em quem seus eleitores ficaram em segundo lugar nas cédulas.

    A crença é que um sistema de escolha por classificação, que ainda está no ínicio, ajuda moderados como Murkowski.

    Para ser claro: não é um caminho fácil para a reeleição de Murkowski. E o apoio ativo de Trump a Tshibaka complica ainda mais. Mas ela ainda não é uma causa perdida.

    O ponto: Trump, sempre focado em buscar vingança por supostos erros cometidos contra ele, fará de tudo para vencer Murkowski. McConnell (e o resto do establishment GOP) lutará como o inferno para levá-la até a linha de chegada. Resumindo: isso acabou de se tornar uma frente central na luta pela alma do GOP.

    (Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês).