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    ‘Aumentar a vacina e flexibilizar rápido será um erro’, alerta Ludhmila Hajjar

    À CNN, cardiologista e intensivista defendeu a necessidade do Ministério da Saúde encurtar o intervalo entre as doses da Pfizer e AstraZeneca

    Produzido por Layane Serrano, da CNN São Paulo

    Com quase meio milhão de mortes provocadas pela Covid-19 no Brasil, o país vive um período de alta na mortalidade e no aumento do número de casos. Segundo a Fiocruz, a transmissão comunitária do coronavírus no Brasil está ‘extremamente alta’. Acelerar a vacinação para toda a população acima de 18 anos é uma das medidas mais urgentes para conter o avanço, no entanto, em entrevista à CNN, a cardiologista e intensivista Ludhmila Hajjar, professora da USP (Universidade de São Paulo), alertou que seria um erro aumentar a cobertura vacinal e rapidamente flexibilizar as medidas de segurança.

    “Somente aumentar a vacina não vai resolver. Aumentar a vacina e flexibilizar será um erro. Nós temos que tomar medidas em todos os planos“, disse a médica.

    Uma de suas principais propostas é o Ministério da Saúde rediscutir junto ao PNI (Plano Nacional de Imunizações) a redução do intervalo entre a primeira e segunda dose do imunizante.

    “Hoje nós temos um intervalo longo em relação às vacinas da AstraZeneca e da Pfizer. Durante este intervalo, muitas pessoas acham que uma única dose de vacina pode proteger de maneira eficaz, mas não protege. Essa proteção parcial de uma única dose pode aumentar a chance de uma variante nova surgir de uma maneira epidêmica”, alertou.

    Hajjar comentou o caso do Chile, que ao vacinar mais da metade de sua população com as duas doses contra a Covid-19, relaxou as medidas capazes de diminuir a circulação de pessoas nas ruas e, com isso, viu os hospitais ficarem lotados e o número de mortes crescer. Portanto, associar as ações restritivas ao combate à desigualdade e à garantia de proteção econômica são, na visão de Ludhmila Hajjar, pontos centrais para a segurança da população.

    “A população fica tentando desvincular a pandemia de trabalho, de sociedade, de economia e é tudo vinculado. Se nós não combatermos a Covid-19 enquanto nação, não haverá redução da desigualdade, não haverá redução da fome. Isso não pode ser visto a curto prazo ou individualmente, são medidas que devem ser tomadas nacionalmente.”

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