É preciso entender preferência do governo pela Precisa, diz Rogério Carvalho
Rogério Carvalho (PT-SE) diz que CPI da Pandemia quer se aprofundar nas relações governamentais da empresa intermediária da aquisição da Covaxin
Suplente da CPI da Pandemia, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) diz que a comissão quer se aprofundar nas relações entre o governo federal e a empresa Precisa Medicamentos, intermediadora no contrato de aquisição da vacina Covaxin firmado entre a farmacêutica Bharat Biotech e o Ministério da Saúde.
Em entrevista à CNN nesta sexta-feira (25), Carvalho citou que a Precisa também foi colocada como intermediária para aquisição da vacina da Moderna. “Portanto, é preciso que a gente aprofunde as relações do governo com essa empresa e por que ela tem tanta preferência na relação do governo com as fornecedores de vacinas”, disse o senador.
Carvalho relembrou que o acordo para a compra da Covaxin foi de R$ 1,6 bilhão, firmado com dispensa de licitação, e contrariou a posição do próprio governo federal. “A vontade foi tanta que o governo adquiriu as vacinas mesmo não tendo a aprovação da Anvisa — ele disse que não compraria da Pfizer porque não tinha autorização da Anvisa, mas da Bharat Biontech comprou.”
Personagens centrais da denúncia de um suposto esquema de corrupção na compra da vacina Covaxin, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) e seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Fernandes Miranda, devem prestar depoimento à CPI da Pandemia na tarde desta sexta-feira.
Pazuello
Rogério Carvalho disse que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello pode ser reconvocado à CPI para esclarecer o acordo com a Precisa Medicamentos. Para o senador da oposição, o general “virou o depósito das irregularidades do governo do presidente Jair Bolsonaro.”
“Parece que estão depositando nele todas irregularidades do governo, para tentar limpar o governo e sujar uma pessoa só. Como Pazuello tem proteção das Forças Armadas e é julgado em tribunal militar, e o caso dele foi colocado com 100 anos de sigilo, a sociedade não sabe o que está acontecendo em torno do nome dele. É uma estratégia que estão adotando”, avaliou o senador.
“Sabemos que a responsabilidade maior é do presidente nesse caso porque ele foi informado [sobre irregularidades] e transfere para Pazuello. [Bolsonaro] tenta colocar a sua tropa de choque para evitar que chegue nele todas as denúncias que estão sendo feitas nesse momento.”