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    Deputado diz à CNN que Pazuello foi impedido de lutar contra corrupção

    Luis Miranda (DEM) diz que ex-ministro teria saído da cadeira por não ceder dinheiro aos que queriam

    da CNN, em São Paulo

    Em entrevista à CNN, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) disse que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello foi “expulso” da pasta por não ceder à corrupção. 

    “Tratar desse tema é um perigo para qualquer um que tenha juízo. Como não tenho juízo, posso dizer que Pazuello não soltou grana para aqueles que queriam. Ele falou na aeronave, eles queriam dinheiro público e eu não dei, por isso estou saindo do Ministério”, falou Miranda. 

    A CNN entrou em contato com Pazuello e aguarda posicionamento. 

    Miranda prestará depoimento à CPI da Pandemia nesta sexta-feira (25), após vir a público que ele e o irmão, Luis Ricardo Miranda, teriam apresentado indícios de irregularidade nos contratos de aquisição da vacina Covaxin a Pazuello e ao presidente Jair Bolsonaro. 

    O parlamentar conta que, em março, embarcou numa viagem a São Paulo junto do então ministro e trouxe o tema a tona. 

    “Dentro da aeronave, eu falo que fiz uma denúncia gravíssima, peço a ele que ajude porque foi dentro do Ministério. Ele disse que estava sendo espremido por problemas e que tinha certeza que seria exonerado e não conseguiu lidar com a situação”, disse.

    “Pazuello falou que foi literalmente expulso da cadeira, com olho no olho, dedo na cara, dizendo ‘vou te tirar a cadeira por eventos como esse'”, afirmou. “Vejo no Pazuello uma pessoa que tentou coibir qualquer tipo de corrupção dentro do Ministério da Saúde, mas que a estrutura o impediu de fazer o que era certo”. 

    Um vídeo interno da cerimônia de posse de Marcelo Queiroga obtido pela CNN mostra Pazuello dizendo ao novo titular que sofreu “ação orquestrada” para sair do cargo e que a pasta seria foco de “pressões políticas”. “A operação de grana com fins políticos acontece aqui”, declarou.

    Na mesma gravação, ele diz não ter atendido a pedidos por “pixulé”, termo que explicou na CPI da Pandemia se referir a recursos não aplicados durante o ano que podem ser redirecionados para outras demandas. 

    “Começou a crise com liderança política que nós temos hoje, que mandou uma relação para a gente atender e nós não atendemos. E aí você está jurado de morte. Chegou no final do ano, uma carreata de gente pedindo dinheiro politicamente. O que nós fizemos? Nós distribuímos todo o recurso do ministério. Foi outra porrada, porque todos queriam um pixulé no final do ano”, diz Pazuello no vídeo.

    À CNN, oficialmente, o ex-ministro Eduardo Pazuello disse que não vai se pronunciar sobre o assunto.