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    Ex-namorado confirma que acusada de envenenar cuidadora de idosos tinha ciúmes da vítima

    Durante primeira audiência do caso, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, 11 testemunhas foram ouvidas. Segunda fase do julgamento foi marcada para dezembro

    Isabelle Salemeda CNN , em São Paulo

    A irmã de Lindaci Viegas Batista de Carvalho, que morreu envenenada ao comer um bombom no Rio de Janeiro, foi a primeira testemunha a ser ouvida na tarde desta sexta-feira (20), no Tribunal de Justiça fluminense.

    Lenice Viegas Batista contou que tinha conhecimento das ameaçadas que Lindaci, de 54 anos, vinha sofrendo por parte da acusada, Susane Martins da Silva. Segundo ela, na época do crime, a irmã não tinha mais envolvimento com o ex-namorado de Susane, mas, mesmo assim, a acusada tinha ciúmes.

    Apontado como o pivô do crime, Mário Sérgio Gravital afirmou à Justiça que namorou Susane por cerca de um ano e meio, mas que o relacionamento teria acabado em novembro de 2022 porque a ré teria ficado enfurecida ao ver uma mensagem da vítima no celular dele.

    Mário Sérgio contou que Lindaci também havia lhe contado sobre as ameaças, mas que os dois acreditavam que “eram da boca para fora” e passariam.

    O filho mais novo da cuidadora de idosos também informou que a mãe já havia comentado sobre ameaças.

    O rapaz, de 16 anos, acrescentou ainda que chegou a experimentar um pedaço pequeno do chocolate quando chegou ao hospital para onde a mãe foi levada e estranhou pela textura, suspeitando que estivesse com chumbinho, e avisou sobre a desconfiança.

    A Justiça ouviu, ainda, outras oito testemunhas nesta primeira audiência de instrução e julgamento de Susane. Além dos parentes da vítima, prestaram depoimento um policial civil e dois amigos da acusada.

    O crime aconteceu no dia 20 de maio. Segundo a Polícia Civil, a vítima comeu bombons envenenados que teriam sido entregues por um motoboy no dia do aniversário dela e depois passou mal.

    Ela chegou a ser levada ao Hospital Federal do Andaraí, na zona norte do Rio de Janeiro, mas chegou sem vida à unidade.

    Segundo o depoimento do filho mais velho da vítima, já no hospital, enquanto esperavam notícias de Lindaci, perceberam que havia “uma bolinha estranha” no chocolate.

    “No hospital nos entregaram as coisas da minha mãe e, dentro da bolsa, tinha um embrulho com os bombons. Meu irmão foi comer e percebeu a bolinha. Nesse momento, comunicamos ao segurança do hospital e passamos a desconfiar de envenenamento”, disse o rapaz, de 17 anos.

    O motoboy que fez a entrega, Lucas David Bernardes Borges, também foi ouvido na audiência. Ele revelou que recebeu R$ 100 de um jovem para realizar a entrega de um buquê de flores e bombons em Vila Isabel.

    “O local era uma vidraçaria. Como Lindaci não estava, deixei com um senhor. Não cheguei a encontrá-la pessoalmente. Na segunda-feira à noite, comecei a receber ameaças por telefone. Na terça-feira de manhã, eu vi a reportagem na televisão, liguei os fatos e fui à delegacia”, relatou.

    A audiência de instrução e julgamento do caso continuará em dezembro, com a oitiva de uma testemunha de defesa e o interrogatório da ré. Susane está presa desde o dia 24 de maio e responde por homicídio duplamente qualificado, provocado por envenenamento e motivo fútil, corrupção de menores e porte ilegal de arma de fogo.

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