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    Capitólio dos Estados Unidos já foi alvo de três ataques; conheça os detalhes

    Sede do Legislativo norte-americano foi incendiada por britânicos em 1814, sofreu ataque de nacionalistas panamenhos em 1954 e teve dois guardas mortos em 1998

    Amir Vera, da CNN

    O caos no Capitólio dos Estados Unidos, na quarta-feira (6), não foi a primeira vez que houve violência em um dos edifícios americanos mais icônicos.

    Por mais de quatro horas, partidários do presidente Donald Trump ocuparam a sede do Legislativo na tentativa de lutar contra a contagem dos votos eleitorais para confirmar a vitória do presidente eleito Joe Biden.

    Uma mulher foi baleada no peito e depois morreu, disse a polícia de DC à CNN. Vários policiais ficaram feridos com pelo menos um transportado para o hospital, informaram várias fontes.

    O Capitólio dos EUA já foi atacado outras três vezes, em 1814, 1954 e 1998.

    Saiba mais sobre cada um desses incidentes:

    Incêndio do Capitólio dos EUA em 1814

    Pintura na Câmara retrata o incêndio do Capitólio dos EUA em 1814 por tropas bri
    Pintura na Câmara retrata o incêndio do Capitólio dos EUA em 1814 por tropas britânicas
    Foto: Reprodução/Arquiteto do Congresso

    As tropas britânicas atacaram o Capitólio em 24 de agosto de 1814, durante a Guerra de 1812, de acordo com o site do Arquiteto do Capitólio.

    O ataque foi uma retaliação pelo incêndio da capital canadense, York, pelos americanos, em abril de 1813. As tropas britânicas encontraram pouca ou nenhuma resistência durante o ataque, de acordo com o site do Arquiteto do Capitólio.

    A maior parte da população da cidade fugiu na época, diz o site, mas “aqueles que permaneceram foram testemunhas de um espetáculo horrível”.

    “Os britânicos incendiaram as principais salas do Capitólio, que então abrigava a Biblioteca do Congresso, bem como a Câmara, o Senado e a Suprema Corte”, afirma o site. “A Casa Branca, o pátio da Marinha e vários navios de guerra americanos também foram queimados.”

    O Capitólio ainda estava em construção na época, e a maioria dos danos às partes das asas foi severa. Por sorte, o prédio não foi destruído, diz o site.

    “A estrutura externa sobreviveu e muitos dos espaços internos permaneceram intactos”, diz o site.

    Ilustração mostra o Capitólio dos EUA após incêndio de 1814
    Ilustração mostra o Capitólio dos EUA após incêndio de 1814
    Foto: Reprodução/Biblioteca do Congresso

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    Nacionalistas atacam o Capitólio em 1954

    Nacionalistas porto-riquenhos contrabandearam armas para o Capitólio e abriram fogo em 1954, disse Samuel Holliday, diretor de bolsas e operações da Sociedade Histórica do Capitólio dos Estados Unidos.

    O tiroteio ocorreu em 1º de março de 1954, quando os representantes se reuniram no plenário da Câmara para uma votação, de acordo com o site de história e arquivos da Câmara. Três homens e uma mulher – todos membros do Partido Nacionalista de Porto Rico – viajaram da cidade de Nova York a Washington para ocupar seus lugares na galeria de visitantes acima do Plenário.

    O quarteto então abriu fogo e exibiu a bandeira porto-riquenha. Cinco congressistas ficaram feridos no tiroteio, diz o site.

    Três dos agressores foram detidos rapidamente e um quarto, que escapou do Capitólio, foi detido no final da tarde, segundo o site da Câmara.

    O violento ato de protesto teve como objetivo chamar a atenção para a demanda pela independência de Porto Rico – anexada pelos Estados Unidos em 1898 –, diz o site.

    Os nacionalistas receberam sentenças de 16 a 75 anos de prisão federal pelo ataque. Mais de duas décadas depois, o presidente Jimmy Carter concedeu-lhes clemência.

    Dois policiais do Capitólio baleados em 1998

    Dois policiais do Capitólio foram mortos a tiros em 24 de julho de 1998, de acordo com o site da Câmara dos Deputados.

    Um atirador com histórico de doença mental passou por um posto de controle de segurança, matando o policial Jacob Chestnut Jr. no processo, diz o site.

    Quando os tiros foram disparados, o atirador correu em direção a uma porta que levava aos escritório do líder da maioria, Tom DeLay, do Texas. O detetive John Gibson disse a assessores para procurarem abrigo enquanto ele e o atirador trocavam tiros. 

    Ele foi mortalmente ferido durante o tiroteio, mas deu a outros policiais a chance de capturar o atirador. Um turista também ficou ferido.

    Os policiais descreveram o agressor, que sobreviveu ao ataque, como um indivíduo instável que também fez ameaças contra o Pentágono.

    Dias depois do tiroteio, a Câmara e o Senado aprovaram uma resolução para um serviço memorial para os oficiais na Rotatória do Capitólio.

    Em 22 de abril de 1999, um juiz federal decidiu que o atirador sofria de doença mental e era incapaz para ser julgado.

    Único golpe de Estado bem-sucedido não foi na capital

    Wilmington, na Carolina do Norte, registrou o único golpe de Estado dos EUA
    A cidade de Wilmington, na Carolina do Norte, registrou o único golpe de Estado da história dos EUA, em 1898
    Foto: Reprodução/Biblioteca do Congresso

    Houve um golpe bem-sucedido na história dos Estados Unidos, mas foi uma insurreição local em uma cidade da Carolina do Norte, não na capital do país.

    Quando membros do Fusion Party assumiram o cargo em Wilmington, Carolina do Norte, em 1898, os residentes brancos da cidade portuária não ficaram felizes em serem representados por empresários negros e seus aliados brancos, de acordo com a Biblioteca William Madison Randall da Universidade da Carolina do Norte em Wilmington.

    Isso levou ao único golpe de estado bem-sucedido dos EUA em 10 de novembro de 1898, quando um grupo de homens brancos armados atacou e matou cidadãos negros em toda a cidade. A multidão era liderada por um grupo de poderosos líderes comunitários conhecidos como os Nove Secretos, de acordo com o guia online da biblioteca sobre o golpe.

    “Os eventos do golpe de 1898 marcaram uma virada no Sul pós-Reconstrução que mudou a trajetória das relações raciais na Carolina do Norte e marcou o início das leis de Jim Crow no estado, que reforçaram ainda mais a segregação racial em meados do século 20”, afirma o site.

    Em 2000, a Assembléia da Carolina do Norte estabeleceu a Comissão de Motim de Wilmington de 1898 para desenvolver um registro histórico do golpe e “avaliar o impacto econômico sobre os afro-americanos localmente e em toda a região e estado”, de acordo com o Departamento de Recursos Naturais e Culturais da Carolina do Norte.

    (Texto traduzido; leia o original em inglês)

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