Ministro polonês diz que país não permitirá que UE force aval a casamento LGBT
Partido no poder, Lei e Justiça (PiS), chegou ao poder há cinco anos, prometendo defender os valores tradicionais da família
O ministro da Justiça da Polônia disse, nesta segunda-feira (20), que a União Europeia pode estar em posição de forçar Varsóvia a legalizar o casamento LGBT se os líderes da UE condicionarem a ajuda financeira à manutenção de normas democráticas, e afirmou que isso é inaceitável.
Nas negociações em Bruxelas sobre o próximo orçamento da UE e um plano de recuperação econômica, alguns líderes exigiram que os pagamentos fossem bloqueados para os estados membros que a Comissão Europeia (CE) considera estar minando os valores democráticos.
O ministro da Justiça, Zbigniew Ziobro, disse que isso daria a Bruxelas a possibilidade de “arbitrariamente” bloquear pagamentos no valor de bilhões de euros.
“Existe um risco real de que possamos nos encontrar em uma situação em que a CE nos forçará efetivamente a introduzir os chamados casamentos homossexuais com o direito de adotar filhos”, disse ele em entrevista coletiva. “Bem, não podemos concordar com isso em nenhuma circunstância”, concluiu.
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O partido no poder, Lei e Justiça (PiS), chegou ao poder há cinco anos, prometendo defender os valores tradicionais da família. Os casamentos entre gays são ilegais na Polônia e o presidente Andrzej Duda foi reeleito este mês depois de dizer que não permitiria a adoção por casais gays ou aulas sobre direitos dos gays em escolas públicas.
A ativista dos direitos dos gays Alicja Sienkiewicz, da Associação de Marcha da Igualdade de Lublin, que apoia pessoas lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros, disse que membros da comunidade LGBT estão sendo retratados como inimigos do estado.
“Isso é bizarro. Se você deseja obter esses fundos (da UE), deve aceitar automaticamente como a UE espera que sejam gastos, porque aderir ao estado de direito significa aderir aos direitos humanos básicos e é respeitá-los”, afirmou ela.
A Polônia está em desacordo com a Comissão Europeia em várias questões, incluindo reformas judiciais que Bruxelas afirma minar a independência do poder judicial. O governo diz que as reformas são necessárias para reformar o sistema da era comunista.