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    Especialistas projetam mudanças na relação Brasil-EUA com vitória de Biden

    Posicionamentos que aproximam Bolsonaro e Trump podem atrapalhar o país numa possível virada na política americana

    Por Núria Saldanha e Zeinab Bazzi* Da CNN, em Washington e São Paulo

    Ao aceitar a nomeação do partido Democrata para disputar as eleições presidenciais, Joe Biden destacou os principais pontos da sua plataforma de governo: restaurar a economia, a saúde, promover justiça racial e combater as mudanças climáticas. E uma eventual vitória dele, em novembro, poderia representar uma mudança drástica nas relações com o Brasil.

    Por outro lado, Jair Bolsonaro tem investido nas afinidades com o republicano Donald Trump para se aproximar dos Estados Unidos. A aliança entre os dois líderes ajudou o Brasil a avançar em algumas áreas, como o apoio americano a entrada do Brasil na OCDE. Mas os posicionamentos que aproximam os dois países neste momento podem atrapalhar o Brasil numa possível virada na política americana. 

    “Com Biden nós vamos ter novamente uma mudança no pêndulo e nós ficaremos mais afastados em relação aos Estados Unidos”, avalia Sérgio Amaral, embaixador do Brasil nos Estados Unidos entre 2016 e 2019.

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    Embaixadora americana no Brasil entre 2013 e 2017, Liliana Ayalde observa que o ex-presidente Barack Obama reconhecia a importância do Brasil como líder regional e considerava o país como um parceiro importante em temas globais.

    “Ele [Obama] ele designou o vice-presidente Joe Biden para trabalhar a relação. Então, ele conhece bem o Brasil. Não é uma relação nova para ele”, diz ela, que atuou no país quando Brasil e EUA trabalharam juntos no acordo de Paris e em um dos períodos mais ásperos da relação bilateral: quando o Wikileaks vazou informações de que os Estados Unidos estavam espionando a ex-presidente Dilma Rousseff — Biden chegou a fazer uma visita oficial ao Brasil após o escândalo.

    Em caso de vitória do oponente republicano, a sinergia vai permanecer, mas também há riscos para o Brasil. Isso porque o governo Trump vê a China, segunda maior economia do mundo e principal parceira comercial do Brasil, como inimiga.

    “O Brasil se alinhou aos Estados Unidos numa postura que é antagônica e hostil à China, que é o nosso principal parceiro comercial. A China responde por 75% do saldo comercial que o Brasil tem e hoje é a principal investidora no país”, explica Roberto Abdenur, embaixador do Brasil em Washington entre 2004 e 2007.

    *sob supervisão de Núria Saldanha 

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