Em 4º dia seguido de protestos, libaneses pedem renúncia do presidente
Documentos indicam que presidente e o primeiro-ministro Hassan Diab, que renunciou na segunda-feira (10), foram avisados em julho sobre o nitrato de amônio
Protestando pelo quarto dia seguido, milhares de pessoas foram às ruas de Beirute, capital do Líbano, pedir a renúncia do presidente Michel Aoun e de outras autoridades do país uma semana depois da explosão que deixou mais de 170 mortos e 6 mil feridos no país.
Nesta terça-feira (11), milhares de pessoas se reuniram perto do “marco zero” do desastre. Elas carregavam fotos das vítimas e imagens da nuvem em forma de cogumelo que se ergueu sobre a cidade após a detonação de material altamente explosivo armazenado por anos no porto da cidade.
“ELE SABIA” dizia uma das faixas contra Aoun, acompanhada pela frase: “um governo sai, um governo vem; continuaremos até que o presidente e o presidente do Parlamento sejam removidos”.
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De acordo com a agência Reuters, documentos e fontes indicam que presidente e o primeiro-ministro Hassan Diab, que renunciou na segunda-feira (10), foram avisados em julho sobre o nitrato de amônio armazenado no porto.
Aoun, que prometeu uma investigação rápida e transparente, escreveu nesta terça em sua conta no Twitter: “Minha promessa a todos os libaneses em sofrimento é que não descansarei até que todos os fatos sejam esclarecidos”.
Moradores de Beirute ainda removem escombros enquanto as operações de busca continuavam para entre 30 e 40 pessoas que estão desaparecidas.
As forças de segurança do país lançaram gás lacrimogêneo contra alguns dos manifestantes que estariam atirando pedras contra autoridades no quarto dia seguido de protestos.
“Nossa casa está destruída e estamos sozinhos”, disse Khalil Haddad. “Estamos tentando consertar o que podemos no momento. Vamos ver, espero que haja ajuda e, o mais importante: espero que a verdade seja revelada.”
Os libaneses não se acalmaram com a renúncia do governo de Diab na segunda-feira e exigem, agora, a saída do que consideram uma classe dominante corrupta, que culpam pelos problemas do país.