Líder de oposição conclui acordos para tirar Netanyahu do poder em Israel
Governo de coalizão compreenderia uma colcha de retalhos de partidos pequenos e médios de todo o espectro político do país
O líder da oposição de Israel, Yair Lapid, se aproximou de destituir o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu nesta quarta-feira (2), após concluir acordos de coalizão com aliados políticos para formar um novo governo.
Lapid tinha até o fim desta quarta-feira para apresentar um pacto final ao presidente israelense, Reuven Rivlin, que o encarregou de formar um novo governo, depois que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, não conseguiu fazê-lo.
O principal parceiro de Lapid é o nacionalista Naftali Bennett. Seu governo de coalizão compreenderia uma colcha de retalhos de partidos pequenos e médios de todo o espectro político, incluindo, pela primeira vez na história de Israel, um partido que representa a minoria árabe de 21% do país, com uma maioria tênue no parlamento.
Embora Lapid detenha o mandato para formar o governo sob o acordo, é Bennett – líder do pequeno partido de direita Yamina e fazedor de reis nas negociações de coalizão – quem deve se tornar primeiro-ministro nos primeiros dois anos de um mandato de quatro anos. Lapid servirá como ministro das Relações Exteriores até que os dois homens troquem de papéis na metade do mandato.
Em um comunicado, Lapid disse que “o governo trabalhará para servir a todos os cidadãos de Israel, incluindo aqueles que não são membros dele, respeitará aqueles que se opõem a ele e fará tudo o que estiver ao seu alcance para unir todas as partes da sociedade israelense”.
O acordo de coalizão agora deve passar por um voto de confiança no Knesset, o parlamento de Israel, antes que um novo governo e primeiro-ministro sejam empossados.
Anos no poder
Durante um período de 12 anos no cargo, o líder mais antigo de Israel tem sido uma figura frequentemente polarizadora no país e no exterior. Netanyahu, de 71 anos, está no cargo desde 2009 e também serviu durante três anos na década de 1990.
Ele vem lutando pela sobrevivência política em meio a quatro eleições inconclusivas realizadas desde 2019 e está sendo julgado devido a acusações de corrupção, que ele nega.
O fim de seu mandato pode trazer uma suspensão da turbulência política interna, mas grandes mudanças na política externa de Israel parecem menos prováveis.
Novo presidente
O Parlamento de Israel elegeu nesta quarta-feira o ex-político de centro-esquerda Isaac Herzog como presidente do país, um papel essencialmente simbólico, mas que também almeja promover a união entre grupos étnicos e religiosos.
Herzog derrotou a candidata rival Miriam Peretz, educadora e mãe de dois soldados de infantaria israelenses mortos em combate, por 87 votos a 26, em uma votação parlamentar.
Ele assumirá a presidência no mês que vem, substituindo Reuven Rivlin, que está encerrando seu mandato de sete anos.
(*Com informações da Reuters e da CNN Internacional)
Publicado por Daniel Fernandes