Mais um candidato da oposição à presidência é preso na Nicarágua
Essa é a segunda prisão de um líder da oposição nesta semana, intensificando a batalha antes das eleições de novembro no país
A polícia nicaraguense prendeu o político da oposição Arturo Cruz no sábado (5), a segunda prisão de um líder da oposição nesta semana, intensificando a batalha antes das eleições de novembro nas quais o presidente Daniel Ortega busca manter o controle do poder.
Cruz, um acadêmico que foi embaixador da Nicarágua nos Estados Unidos entre 2007 e 2009, foi detido no aeroporto de Manágua ao chegar de Washington, onde esteve por alguns dias, disse sua equipe de imprensa à Reuters.
A promotoria informou em nota que Cruz estava sendo investigado pela polícia nacional com base em “fortes evidências de que ele atacou a sociedade nicaraguense”. Não deu detalhes de possíveis acusações contra ele ou disse se ele permanecerá sob custódia ou preso.
Cruz, ex-aliado de Ortega, é candidato à Alianza Ciudadana ou Citizen’s Alliance, uma coalizão de partidos de direita apoiados por empresários proeminentes, para as eleições presidenciais de novembro.
O esquerdista Ortega, de 75 anos, está no poder desde 2007 e pretende ser reeleito em novembro pela terceira vez consecutiva, após governar na década de 1980.
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, Luis Almagro, exigiu a libertação de Cruz.
“Manipular as forças de segurança e o judiciário para prender candidatos da oposição é inaceitável. Essas ações são contrárias a eleições livres e justas”, disse Almagro no Twitter.
Na quarta-feira, a polícia invadiu a casa da líder da oposição Cristiana Chamorro e a colocou em prisão domiciliar, gerando apelos por uma greve nacional em protesto.
O Departamento de Estado dos EUA disse na sexta-feira que o governo de Ortega deveria libertar Chamorro e dois colegas imediatamente.
Organizações internacionais, incluindo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, acusaram o governo de Ortega de fabricar falsas acusações contra oponentes.
O órgão eleitoral já eliminou dois partidos de oposição.