Vieira critica paralisia do Conselho de Segurança e pede criação de corredores humanitários
Chanceler quer nova reunião na ONU com autoridades e chefes de Estado para discutir a guerra
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, destacou o impacto da inércia do Conselho de Segurança para a guerra entre Israel e o grupo radical islâmico Hamas. O chanceler participa da conferência internacional convocada pelo Egito para discutir o conflito no Oriente Médio.
“A paralisia do Conselho de Segurança está tendo consequências prejudiciais para a vida de milhões de pessoas. Isso não está no interesse da comunidade internacional. Nós precisamos também buscar evitar qualquer escalada do conflito. No futuro próximo, precisamos encontrar formas de revitalizar o processo de paz, avançar negociações políticas para uma paz justa e duradoura na região. Apenas administrar o conflito não é uma alternativa aceitável”, afirmou o embaixador no discurso durante a conferência.
Vieira recapitulou o trabalho do Brasil no Conselho de Segurança e afirmou que os votos favoráveis de 12 países à resolução apresentada pela delegação brasileira “são evidência de amplo apoio político para uma ação pelo Conselho”.
Ele afirma ainda que o Brasil vai presidir um debate aberto do Conselho de Segurança no próximo dia 24 de outubro e pede que os diálogos continuem nessa data, chamando pela participação no mais alto nível — ou seja, a participação de chefes de Estado e autoridades.
O chefe da diplomacia brasileira condenou “as ações terroristas do Hamas em Israel”, destacou a situação de brasileiros que aguardam a oportunidade de deixar a região do conflito e mencionou os três brasileiros assassinados na região.
Veja imagens do conflito entre Israel e Hamas
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O chanceler também condenou o bombardeio ao Hospital al-Ahli, que deixou centenas de mortos entre civis, pacientes, médicos, enfermeiros e trabalhadores humanitários.
Vieira enumerou ainda aspectos que contribuem para a escalada do conflito: “A expansão contínua dos assentamentos israelenses nos territórios ocupados, a violência contra os civis e a destruição da infraestrutura básica, além da violação do status quo histórico dos locais sagrados em Jerusalém, todos esses fatores combinados geram um ambiente social e cultural que ameaça a solução de dois Estados, encoraja o ódio, a violência e o extremismo”.