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    Caso Daniel Prude: 7 policiais são suspensos por morte de homem negro nos EUA

    Prefeita de Rochester diz que foi enganada pelo chefe de polícia no caso e que 'racismo estrutural institucional levou à morte de Prude'

    Sete policiais de Rochester, no estado norte-americano de Nova York, envolvidos na prisão de um homem negro em março – que foi pressionado contra o chão e depois morreu – foram suspensos da corporação, anunciou a prefeita Lovely Warren.

    “O senhor [Daniel] Prude perdeu a vida em nossa cidade. Ele perdeu a vida por causa das ações dos nossos agentes de polícia”, afirmou Warren nessa quinta-feira (3) em uma entrevista coletiva.

    As suspensões foram anunciadas um dia depois que os advogados da família de Prude divulgaram o vídeo da câmera do uniforme de um dos agentes. A gravação mostra os policiais cobrindo a cabeça do homem negro com um capuz e pressionando-o contra o chão, antes de ele parar de respirar.

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    Warren afirmou que alguns dos agentes que foram suspensos aparecem na gravação e outros “tinham o dever de parar o que estava acontecendo”. 

    A CNN entrou em contato com o Rochester Police Locust Club, sindicato que representa os policiais da cidade, para comentar as suspensões, mas não teve resposta.

    Policiais filmados botando capuz em homem negro que morreu asfixiado são suspens
    Policiais filmados colocaram capuz em homem negro que morreu asfixiado
    Foto: Reprodução/CNN

    Prefeita diz que foi enganada pelo chefe de polícia

    A prefeita disse a jornalistas que estava sendo enganada pelo chefe de polícia da cidade. Segundo Warren, ele a fez acreditar que a vítima morreu de overdose sob custódia da polícia. Ela viu a gravação da câmera do uniforme pela primeira vez há quase um mês.

    Muitos policiais falharam com Prude antes e durante o incidente de 23 de março, informou a prefeita. Ele teria sido tratado diferente se fosse branco, destacou Warren.

    “Racismo estrutural institucional levou à morte de Daniel Prude. Não vou negar. Estou diante de vocês e peço justiça”, afirmou ela.

    Manifestantes protestam em Rochester após morte de Daniel Prude
    Manifestantes protestam em Rochester após morte de Daniel Prude
    Foto: Lindsay DeDario – 03.set.2020 / Reuters

    Filha de Prude pede que policiais sejam demitidos e processados

    A filha de Prude, Tashyra Prude, pede que os policiais sejam demitidos e processados pela morte do pai. “Eles deveriam ser presos e julgados como os assassinos que são”, disse ela à CNN.

    Daniel Prude, de 41 anos, estava passando por um problema de saúde mental no dia 23 de março, quando o irmão dele, Joe Prude, chamou o Departamento de Polícia de Rochester para ajudar, segundo a família.

    O vídeo gravado pela câmera do uniforme de um dos agentes mostra os policiais algemando Daniel, que estava nu, no meio da rua e cobrindo a cabeça dele com um capuz.

    Alguns minutos depois, uma equipe de emergência chegou e começou a fazer compressões torácicas. Em seguida, ele é colocado em uma maca e levado para uma ambulância. Quando chegou ao hospital, Daniel Prude teve morte cerebral decretada, informou Joe.

    Como polícia lida com quem tem problemas mentais

    A morte de Daniel foi considerada um homicídio pelo legista do condado de Monroe, de acordo com uma cópia do relatório da autópsia obtida pelos advogados da família. 

    O documento cita complicações causadas por asfixia em consequência da restrição física de movimento. Além disso, o relatório também menciona delírio e intoxicação aguda por fenciclidina como causas da morte.

    O caso levanta dúvidas sobre como a polícia lida com alguém que passa por um episódio de crise mental. Os agentes geralmente são os primeiros a responder a relatos de pessoas que estão agindo fora de si, e muitas vezes usam táticas policiais ou força na ação. 

    Uma base de dados do jornal Washington Post sobre disparos feitos por policiais desde 2015, por exemplo, indica que cerca de 22% das pessoas que são baleadas e mortas pela polícia apresentaram sinais de doença mental.

    (Texto traduzido, clique aqui e leia o original em inglês.)

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