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    Bolívia vota em eleição presidencial com esperança de restaurar estabilidade

    Luis Arce, do partido do ex-presidente Evo Morales, e Carlos Mesa, centrista que presidiu o país no início dos anos 2000, lideram pesquisas de intenção de voto

    Os eleitores na Bolívia votam neste domingo (18) em uma eleição presidencial que muitos consideram crucial para restaurar a estabilidade no país, mergulhado na turbulência depois da votação anulada no ano passado – e que deixou o país nas mãos de uma presidente interina por quase um ano.

    A eleição estava originalmente marcada para maio, mas foi adiada várias vezes devido a preocupações com a pandemia de Covid-19.

    Os líderes nas pesquisas eleitorais são Luis Arce, que defende um retorno às políticas socialistas e pró-indígenas do ex-presidente Evo Morales, e Carlos Mesa, um centrista que presidiu o país no início dos anos 2000.

    Arce aparece à frente de Mesa, mas não o suficiente para evitar um segundo turno que deve ocorrer no final de novembro.

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    “A votação deve ser a mais importante desde que a Bolívia voltou à democracia em 1982”, disse o analista política Carlos Valverde.

    A decisão de última hora da autoridade eleitoral da Bolívia de não divulgar resultados preliminares na noite deste domingo acrescentou uma camada de tensão à eleição. Evo disse que a decisão é “altamente preocupante”, enquanto o partido de Mesa disse que é decepcionante, mas compreensível.

    Não está claro quando os primeiros resultados oficiais estarão disponíveis. Empresas privadas, porém, devam realizar e divulgar pesquisas de boca de urna.

    O voto presencial em meio à pandemia do novo coronavírus também será um teste para a influência da esquerda na América Latina. Evo foi uma figura-chave em uma onda de presidentes de esquerda na região na última década.

    Luis Arce, do Movimento ao Socialismo (MAS), lidera pesquisas na Bolívia
    Luis Arce, do Movimento ao Socialismo (MAS), lidera pesquisas de votação presidencial na Bolívia; ele deve enfrentar o centrista Carlos Mesa no segundo turno
    Foto: David Mercado – 16.out.2020/Reuters

    A Bolívia entrou em um ciclo de violência no ano passado, quando Evo tentou obter um quarto mandato em uma eleição disputada que foi anulada. Os confrontos deixaram ao menos 30 mortos, causaram escassez de alimentos e forçaram o presidente a renunciar após quase 14 anos no poder.

    No sábado (17), La Paz, uma cidade fortemente dividida por classe e raça, parecia calma, mas seus moradores reconheceram que estão preocupados que o resultado possa gerar mais violência, especialmente se a contagem de votos de Arce for abaixo do esperado.

    Arce disse à mídia local na semana passada que a única maneira de seu rival vencer é “por meio de fraude”.

    Freddy Mamami, membro do partido Movimento ao Socialismo (MAS), de Arce, que concorre a uma vaga no Congresso, disse à Reuters: “Se o veredicto eleitoral estiver de acordo com a realidade objetiva que vemos, nada acontecerá”.

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