Maior favela da Ásia tem primeira morte por coronavírus
Dharavi, na Índia, abriga quase um milhão de pessoas e tem uma densidade populacional 30 vezes maior do que a cidade de Nova York
Um homem de 56 anos é a primeira vítima fatal da COVID-19 em Dharavi, na maior favela da Ásia, localizada em Mumbai, capital financeira da Índia.
O paciente, que não tinha histórico de viagem ao exterior, foi diagnosticado com o vírus nessa quarta-feira (1º) e morreu no mesmo dia, enquanto era transferido para um hospital local, disse, à CNN, Kiran Dighavkar, funcionário da Corporação Municipal da Grande Mumbai (responsável pelas necessidades civis e de infraestrutura da cidade).
“As pessoas que estiveram em contato com ele e foram classificadas como ‘alto risco’ já estão em quarentena”, afirmou Dighavkar. Ele ressaltou que cotonetes com saliva dos parentes e vizinhos da vítima foram coletados e enviados para testes.
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Os moradores da densamente povoada favela de Dharavi foram proibidos de sair da região até que os resultados sejam divulgados. Enquanto isso, a corporação diz que fornecerá alimentos a essas pessoas. O grupo tem conduzido operações para desinfetar ruas das favelas de Mumbai e áreas públicas, informou Dighavkar.
Distanciamento social impossível
Essa é a segunda morte relacionada ao novo coronavírus em uma favela de Mumbai desde o início da pandemia, segundo a corporação. Dharavi abriga quase um milhão de pessoas e tem uma densidade populacional 30 vezes maior que a cidade de Nova York, com cerca de 280 mil pessoas por quilômetro quadrado.
Os médicos dizem que a situação se tornará incontrolável se a doença se espalhar rapidamente em favelas da Índia, onde há pouco saneamento básico ou água corrente e milhares de pessoas vivem aglomeradas – tornando o distanciamento social fisicamente impossível.
“É uma grande preocupação. Eles estão muito juntos”, afirmou Naresh Trehan, presidente e diretor administrativo do hospital Medanta, em Gurugram, perto de Nova Déli. Para ele, é de importância vital que as autoridades de saúde saibam se houver surto em uma favela.
“Se não identificarmos os pontos críticos, o país é tão grande e há tantas pessoas, que não será possível cuidar de todos eles”, disse Trehan.