António Guterres é reeleito secretário-geral da ONU
Ele ocupa o cargo desde 2017 e foi eleito na Assembleia Geral das Nações Unidas para mais cinco anos de mandato
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, foi nomeado para um segundo mandato de cinco anos na sexta-feira pelos 193 membros da ONU durante Assembleia Geral.
“Darei tudo de mim para garantir o florescimento da confiança entre as nações, grandes e pequenas, para construir pontes e me empenhar incansvelmente na construção da confiança”, disse Guterres à Assembleia Geral após fazer o juramento de posse.
O Conselho de Segurança de 15 membros no início deste mês recomendou que a Assembleia Geral renomeasse Guterres. Seu segundo mandato começa em 1º de janeiro de 2022.
Guterres sucedeu Ban Ki-moon em janeiro de 2017, poucas semanas antes de Donald Trump se tornar o presidente norte-americano. Grande parte do primeiro mandato de Guterres foi focado em apaziguar Trump, que questionou diversas vezes o valor das Nações Unidas e do multilateralismo.
Os Estados Unidos são o maior contribuinte financeiro da ONU, responsável por 22% do orçamento regular e cerca de um quarto do orçamento da manutenção da paz. O presidente Joe Biden, que assumiu o cargo em janeiro, começou a restaurar os cortes de fundos feitos por Trump para as agências da ONU e se reintegrou ao órgão mundial.
A embaixadora dos EUA, Linda Thomas-Greenfield, disse que as Nações Unidas enfrentaram desafios históricos, mas ela esperava que, com Guterres no comando, “os próximos cinco anos verão mais paz, mais segurança e mais prosperidade do que os anteriores.”
“Isso exigirá trabalho árduo, vontade política e responsabilidade de todos os estados membros da ONU”, disse ela em um comunicado, acrescentando que todos os estados membros deveriam ter “um compromisso apaixonado” com os direitos humanos.
Guterres, 72, foi primeiro-ministro de Portugal de 1995 a 2002 e chefe da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) de 2005 a 2015. Como secretário-geral, ele tem defendido a atuação contra mudanças climáticas, as vacinas contra a Covid-19 para todos e a cooperação digital.
Quando ele assumiu o cargo de chefe da ONU, o órgão lutava para encerrar as guerras e lidar com as crises humanitárias na Síria e no Iêmen. Esses conflitos ainda não foram resolvidos e Guterres também enfrenta emergências em Mianmar e na região de Tigray, na Etiópia.