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    Coreia do Sul quer aprovar uso emergencial de vacina britânica em até 40 dias

    País luta contra o aumento de infecções e alta acentuada do número de mortes por Covid-19

    Sangmi Cha, da Reuters

    A Coreia do Sul está analisando o pedido de aprovação da vacina produzida pela AstraZeneca contra o coronavírus enquanto o país vive, mais uma vez, a expansão da proibição de reuniões privadas de mais de quatro pessoas. Há quatro dias, o país registra mais de 1.000 novos casos diários da doença.

    O Ministério de Segurança de Medicamentos da Coreia do Sul disse seu objetivo é aprovar o uso emergencial da vacina britânico em até 40 dias. Seria a primeira vacina aprovada no país, que luta contra o aumento de infecções e alta acentuada do número de mortes por Covid-19.

    Em dezembro, a Coreia do Sul assinou um acordo com a AstraZeneca para garantir 20 milhões de doses de sua vacina, com a entrega do primeiro lote de doses prevista para janeiro.

    O país também negocia com três outras farmacêuticas – Pfizer Inc, Johnson & Johnson’s Janssen, Moderna Inc – e a iniciativa global COVAX, apoiada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

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    A Coreia do Sul garantiu 106 milhões de doses, que permitem a imunização de 56 milhões de pessoas, quatro milhões a mais do que os 52 milhões de residentes do país, disse o diretor da Agência de Controle e Prevenção de Doenças da Coreia (KDCA), Jeong Eun-kyeong.

    As autoridades planejam iniciar a vacinação em fevereiro, com os profissionais de saúde e pessoas vulneráveis em primeiro lugar na fila, mas o governo tem sido criticado por esse cronograma, que é comparado com os calendários de vacinação em andamento nos Estados Unidos e na União Europeia.

    A injeção AstraZeneca já foi aprovada na Grã-Bretanha, Argentina, El Salvador e Índia. É mais barata e pode ser armazenada em temperatura de refrigeradores normais, o que facilita seu transporte e uso, em comparação com vacinas rivais, como a da Pfizer.

    No entanto, a vacina Oxford/AstraZeneca enfrenta incertezas sobre qual seria sua dosagem mais eficaz. Dados publicados em novembro mostraram que meia dose seguida por uma dose completa teve uma taxa de sucesso de 90%, enquanto duas vacinas completas tiveram eficácia de 62%.

    Em novembro, a SK Bioscience recebeu aprovação regulamentar para iniciar testes clínicos da vacina experimental da AstraZeneca, tendo concordado, em julho, de fabricar as doses e ajudar a empresa britânica no fornecimento de insumos.

    Aglomerações proibidas

    A Coreia do Sul registrou 1.020 novos casos de coronavírus na meia-noite de domingo (3), elevando o total de infecções 64.264, com 981 mortes, de acordo com o KDCA.

    A proibição de pequenas reuniões privadas, que estava em vigor na grande área de Seul, foi expandida para todo o país até 17 de janeiro.

    “A razão pela qual expandimos a proibição de reuniões de quatro ou mais em todo o país é porque a reunião de pessoas é, em si, é muito mais perigosa do que reuniões em locais específicos”, disse Jeong.

    As regras de distanciamento social impostas a Seul e áreas vizinhas incluem locais como igrejas, restaurantes, cafés, e estações de esqui.

    Mãe e filha usam máscaras enquanto caminham por avenida no centro de Seul
    Mãe e filha usam máscaras enquanto caminham por avenida no centro de Seul
    Foto: Heo Ran – 03.abr.2020 / Reuters

    Mais de 60% dos casos sul-coreanos estão concentrados em Seul, província de Gyeonggi e cidade de Incheon, com surtos em massa acontecendo em lares de idosos e prisões.

    O primeiro-ministro, Chung Sye-kyun, pediu esforço total para o país se preparar para o programa de vacinação.

    “O KDCA deve estar perfeitamente pronto para todo o processo no momento em que a vacina chegar – a distribuição, armazenamento, inoculação e acompanhamento”, disse Chung, em reunião governamental.

    Ele também pediu aos ministérios de saúde, segurança e transporte que ajudem a acelerar o processo, de forma a não enfrentar os tipos de problemas vistos nos Estados Unidos e em alguns países da Europa.

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