Ataques a asiáticos nos Estados Unidos aumentaram 150% durante a pandemia
Ativistas culpam ex-presidente americano Donald Trump pelo aumento de novos casos de xenofobia
Os ataques a asiáticos nos Estados Unidos aumentaram 150% durante a pandemia, segundo o Centro para o Estudo de Ódio e Extremismo daquele país.
Em quase um ano, 3.800 agressões — muitas delas motivadas por discursos racistas — foram registradas, de acordo com o Grupo de Defesa da América Asiática e das ilhas do Pacífico.
O caso mais recente foi na última terça-feira (16), quando três casas de massagem na área metropolitana de Atlanta, no estado norte-americano da Geórgia, foram atacadas a tiros, resultando na morte de oito pessoas — seis delas mulheres asiáticas.
Robert Long, um homem branco de 21 anos, admitiu que cometeu os crimes e está preso. Ele alegou ser viciado em sexo e disse que os estabelecimentos representavam uma tentação. Embora a polícia ainda esteja investigando a motivação do crime, ativistas dizem que esse não é um episódio isolado de xenofobia.
O procurador-geral do estado de Connecticut, Willian Tong, culpa o ex-presidente Donald Trump pela insegurança vivida na comunidade asiática no país. “Ele começou uma guerra contra os imigrantes e chamou o novo coronavírus de vírus da China”, disse à CNN.
Já a polícia de São Francisco, na Califórnia, intensificou a patrulha municipal em regiões onde vivem comunidades asiáticas depois que Danny Yu Chang foi espancado na rua no início da semana e ficou parcialmente cego. “Eu nem vi a pessoa. Não me roubaram, então acho que foi um crime de ódio”, afirma ele.
O departamento de polícia de Nova York também decidiu reforçar a segurança em bairros, como Chinatown, em resposta ao aumento da violência.
O presidente Joe Biden e a vice, Kamala Harris, vão se reunir nesta sexta-feira (19) em Atlanta, com líderes da comunidade asiática, e tentar encarar o que é considerada a maior ameaça à segurança norte-americana: o terrorismo doméstico praticado especialmente por supremacistas brancos.