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    Agentes dos EUA entram em consulado chinês em Houston

    Governo americano tinha decretado o fechamento da representação diplomática sob acusações de que o local estaria sendo usado para espionagem

    Da CNN

    Agentes federais dos EUA e policiais de Houston entraram no consulado chinês na cidade americana nesta sexta-feira (24), dias depois de o governo de Washington decretar o fechamento da representação diplomática sob acusações de que o local estaria sendo usado para espionagem.

    Segundo o governo americano, funcionários do consulado fariam parte de uma rede mais ampla de coleta de informações em 25 cidades dos EUA e que teria apoio de representações diplomáticas chinesas.

    De acordo com o Ministério de Relações Exteriores da China, os EUA deram ao país cerca de 72 horas para encerrar as operações do consulado em Houston. Pequim avaliou a medida como uma “escalada sem precedentes” da tensão entre os dois países.

    Em resposta, a China ordenou, mais cedo hoje, o fechamento do consulado dos EUA na cidade chinesa de Chengdu.

    Segundo um funcionário graduado do Departamento de Estado americano ouvido pela CNN, a ideia de fechar o consulado em Houston veio depois da interferência chinesa em atividades de diplomatas americanos no consulado de Wuhan.

    De acordo com a fonte, autoridades chinesas impediram funcionários do governo americano de deixar o consulado com documentos sem que o material fosse revistado — o que seria uma violação da Convenção de Viena, que rege relações diplomáticas. O caso teria despertado a ira do secretário de Estado, Mike Pompeo.

    Relação deteriorada

    As relações entre EUA e China se deterioraram no último ano em meio à uma guerra comercial, à pandemia do novo coronavírus e às críticas americanas a violações de direitos humanos ocorridas em Hong Kong e na província chinesa de Xinjiang.

    Na quinta (23), Pompeo fez um duro discurso com críticas à China, colocando em xeque quase cinco décadas de relações diplomáticas e comerciais iniciadas com uma reaproximação ocorrida ainda no período da Guerra Fria.

    O secretário repetiu acusações frequentes dos EUA sobre práticas comerciais chinesas injustas, abusos de direitos humanos, e esforços para infiltrar a sociedade norte-americana. Pompeo afirmou também a abordagem em relação à China deveria ser “desconfiar e verificar”, adaptando o mantra do ex-presidente Ronald Reagan de “confiar, mas verificar” sobre a União Soviética nos anos 1980. 

    “O tipo de engajamento que estávamos buscando não trouxe o tipo de mudança na China que o presidente Richard Nixon esperava induzir”, disse Pompeo. “A verdade é que nossas políticas – e as de outras nações livres – ressuscitaram a economia fracassada da China apenas para que Pequim mordesse as mãos internacionais que a estavam alimentando.”

    (Com informações da CNN Internacional e da Reuters)

     

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