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    Terceiro na linha sucessória da presidência dos EUA esteve em 5 filmes do Batman

    Paixão do senador Patrick Leahy pelo Homem-Morcego vem de décadas

    Scottie Andrew, da CNN

    O senador dos Estados Unidos, Patrick Leahy
    O senador dos Estados Unidos, Patrick Leahy
    Foto: Divulgação/Gabinete do Senador Patrick Leahy

    Com tantos inimigos ao seu redor, o super-herói Batman conta com uma equipe formidável de apoio, começando com seu companheiro Robin, o comissário de Gotham City James Gordon e seu sempre leal mordomo Alfred Pennyworth.

    Mas um dos defensores mais fervorosos do Homem-Morcego não está em um gibi, mas no Senado dos Estados Unidos, e ele conhece Batman há mais de 80 anos.

    O senador Patrick Leahy, um democrata do estado de Vermont e o membro mais antigo do atual Senado, é um fã de Batman que transformou sua paixão em filantropia. O senador até usou os quadrinhos para encaminhar sua agenda legislativa.

    Atualmente presidente temporário do Senado, Leahy é terceiro na linha de sucessão presidencial. Embora seja improvável que ele venha a servir como presidente, sua posição de destaque ilumina seu currículo inusitado, que inclui várias aparições nos filmes da série “Batman”.

    Quando não está trabalhando nas câmaras do Senado em Washington, Leahy “se retira” para Gotham, onde Batman luta contra vilões e dirige o Batmóvel. O relacionamento com o personagem começou quando Leahy nem sabia ler.

    “Viver no mundo real o tempo todo pode ser meio chato”, disse o senador de Vermont jornal semanal alternativo “Seven Days” em 2008.

    Quando Leahy conheceu Batman

    Leahy não quis dar uma entrevista para esta reportagem, mas sua afinidade com todas as coisas do Batman está bem documentada. Como o próprio escreveu no prefácio de “Batman 80 Anos: Detective Comics

    Especial”, ele nasceu apenas um ano após a primeira história em quadrinhos do Batman, publicada em 1939.

    O menino descobriu o Batman aos 4 anos, quando recebeu seu primeiro cartão de biblioteca. Leahy frequentava a Biblioteca Kellogg-Hubbard, em Montpelier, e passava muitas tardes debruçado sobre os quadrinhos. Enquanto seus amigos de escola deliravam com o Superman, Leahy encontrou um “vínculo parecido” com o Homem-Morcego.

    “Entrar no mundo do Batman através da minha imaginação abriu uma porta precoce para um amor eterno pela leitura”, escreveu no prefácio.

    Leahy continuaria a passar horas na biblioteca todos os dias até a idade adulta, e mesmo depois de se mudar para Washington, sempre arranjou tempo para ir ao local. Ele é um defensor da alfabetização e da preservação das bibliotecas para que as crianças possam ter experiências formativas semelhantes com livros.

    “Algumas das minhas melhores lembranças de infância são da biblioteca, onde todos têm lugar e as possibilidades são ilimitadas”, escreveu em seu site do Senado.

    As aparições de Leahy nas telas

    Leahy foi eleito para o Senado em 1974. Até meados da década de 1990, sua afinidade com Batman não tinha muito a ver com suas funções no Capitólio.

    Isso mudou em 1996, quando o senador colaborou com a DC Comics para criar “Batman: Death of Innocents: The Horror of Landmines”, uma história em quadrinhos alertando sobre os perigos das minas terrestres. O democrata é um antigo defensor do fim do uso de minas terrestres e disse ao jornal do Capitóllio, “Roll Call”, que ele colocou cópias da história em quadrinhos na mesa de cada senador naquele ano.

    A primeira incursão de Leahy na atuação no cinema – algo que ele faz apenas quando Batman está envolvido – veio em 1995, quando apareceu no criticado “Batman Eternamente”. No mesmo ano, ele dublou um personagem anunciado como “Governador Territorial” em “Batman: A Série Animada”.

    Desde então, Leahy apareceu em quase tantos filmes de “Batman” quanto o próprio herói. Ele geralmente aparece como um político carrancudo (embora em “Batman & Robin”, de 1997, que teve participação especial também de seu filho Mark, ele tenha surgido também numa festa). O senador teve um final explosivo como o curiosamente nomeado Senador Purrington em “Batman x Superman: A Origem da Justiça” (2016).

    “Eu explico a todos que ser explodido foi OK porque minha esposa é enfermeira”, ele brincou para o “Roll Call” em 2016. “Ela me consertou e eu nunca perdi uma votação”.

    Sua aparição mais notável, porém, veio em “Batman: O Cavaleiro das Trevas” (2008), quando ele confronta o Coringa de Heath Ledger e diz ao vilão que “não se intimida com bandidos”. O Coringa, fiel à sua personalidade, responde agarrando o personagem de Leahy e ameaçando-o com uma faca.

    Ledger, que morreu antes do lançamento do filme, é o Coringa favorito de Leahy.

    “Ele me assustou muito quando veio com a faca”, disse ao “Roll Call”. “Então, nem precisei atuar”.

    O senador Patrick Leahy com o ator Heath Ledger
    O senador Patrick Leahy com o ator Heath Ledger em cena de O Cavaleiro das Trevas
    Foto: Reprodução

    Ele estará ausente na próxima refilmagem de “The Batman”, estrelando Robert Pattinson no papel titular. Citando uma agenda lotada, ele disse à agência Burlington Free Press que “nem mesmo procurou estar no filme”.

    “Tenho muitas outras coisas acontecendo com a Covid-19, com as leis orçamentárias”, afirmou, em agosto.

    Embora seus papéis no cinema certamente tenham satisfeito seu fã interior, Leahy o faz pela biblioteca onde seu amor pela leitura floresceu. Ele doa todas aos cachês de aparições e cheques de direitos de exibições para sua amada Biblioteca Kellogg-Hubbard, onde ajudou a financiar uma ala infantil com o seu nome. Apenas por seus papéis na trilogia “O Cavaleiro das Trevas”, Leahy doou mais de US$ 150 mil (cerca de R$ 820 mil) para a biblioteca de sua cidade natal, de acordo com a codiretora Carolyn Brennan.

    Em 2012, a biblioteca pendurou uma placa em homenagem a Leahy, que a equipe chamou de “super-herói”.

    Por que tanto amor ao Batman

    Leahy conheceu Batman ainda menino, mas seu amor pelo herói fictício é fundamental para quem ele é e para o legislador em que se tornou.

    Batman incutiu em Leahy o amor pela leitura e promoção da alfabetização e por fazer justiça (embora como um servidor do governo, não um vingador de capa).

    Leahy preferia Batman a outros personagens porque, ao contrário do Superman parecido com um deus ou do superpoderoso Homem-Aranha, Batman é só um homem, embora muitíssimo rico, com “forças humanas e fragilidades humanas”. O perigo que Batman enfrenta é diferente do de outros heróis: parece real, Leahy escreveu na coleção da DC.

    “O Batman prevaleceu por meio de intelecto superior e habilidades de detetive, por meio das liberdades proporcionadas por grande riqueza e por pura vontade”, escreveu Leahy em seu prefácio. “Não por superpoderes, mas habilidade, ciência e racionalidade”.

    Muito parecido com Bruce Wayne, Leahy é apenas um homem, embora com mais poder do que a maioria e a chance de fazer mudanças reais e tangíveis em sua própria Gotham. Seguindo o exemplo do Batman, ele prometeu usar esse poder com sabedoria.

    (Texto traduzido, leia o original em inglês)

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