Sri Lanka fechará escolas islâmicas como medida de ‘segurança nacional’
Em agenda contra os muçulmanos, o governo do Sri Lanka também proibiu o uso de burca no país
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O governo do Sri Lanka proibiu o uso de buscas e fechará mais de mil escolas islâmicas em suas últimas ações na luta contra a população muçulmana, minoria no país.
Burca é uma vestimenta usada por algumas mulheres muçulmanas que cobre inteiramente o corpo, incluindo toda a face, exceto por uma fresta nos olhos.
O ministro de segurança pública, Sarath Weerasekera, assinou na sexta-feira (12) a aprovação da proibição de burcas como um dos tópicos para “segurança nacional”. “Antigamente mulheres e crianças não usavam burca”, disse a autoridade em conferência no sábado. “É um sinal de extremismo religioso que começou recentemente. Iremos bani-la definitivamente.”
O uso de burca no país majoritariamente budista foi temporariamente proibido em 2019, depois de uma série de bombardeios no domingo de páscoa, que matou mais de 270 pessoas e machucou outras 500, que estavam em igrejas e hotéis.
Nos dias seguintes ao ataque, o serviço de inteligência do Sri Lanka disse que acredita que o suicídio de homens-bomba foi uma maneira de limpar qualquer tipo de conexão do atentado com o Estado Islâmico. O suposto mentor e líder islâmico no país, Zahran Hashim, era um radical pregador islâmico, conhecido pelas autoridades e pela comunidade local.
Ainda neste ano, Gotabaya Rajapaksa, conhecido por acabar com décadas de insurgências no norte do país quando era secretário de defesa, se elegeu presidente justamente com a bandeira de acabar com extremismos.
Rajapaksa é acusado de abuso generalizado de direitos durante a guerra, o que ele nega.
Weerasekera disse que o governo planeja proibir mais de mil ‘madrassas’ (escolas de estudos islâmicos) alegando ser uma “zombaria” à política de educação nacional.
“Ninguém pode abrir uma escola e ensinar o que quiser para as crianças”, disse.
A proibição do uso de burcas e da abertura de escolas islâmicas é um reflexo de outra ordem nacional. No ano passado, o governo impôs que muçulmanos mortos pela Covid-19 teriam de ser cremados -o que contraria a fé islâmica, que enterra seus mortos. A medida foi reversa no começo deste ano após críticas dos Estados Unidos e diversas organizações internacionais.
Texto traduzido. Leia a versão original em inglês.