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    O que você deve acompanhar na segunda noite da convenção do Partido Democrata

    Discursos de Jill Biden, mulher de Joe, do ex-presidente Bill Clinton e de nomes da nova geração do partido são os destaques desta terça-feira (18)

    Jill Biden, esposa do presidenciável democrata Joe Biden, fará principal discurso da segunda noite da convenção nacional do partido
    Jill Biden, esposa do presidenciável democrata Joe Biden, fará principal discurso da segunda noite da convenção nacional do partido Foto: Cortesia/Jill Biden

    Dan Merica e Gregory Krieg, da CNN

    Os democratas se reunirão para a segunda noite de sua convenção virtual nesta terça-feira (18) para defender que Joe Biden é a melhor escolha, neste momento de turbulência nos Estados Unidos, para liderar o país nos próximos anos.

    Jill Biden, a esposa do ex-vice-presidente de Barack Obama, fará o principal discurso da noite e deve fornecer um depoimento pessoal sobre o caráter do homem com quem está casada desde 1977. 

    A fala de Jill provavelmente enfatizará a decência pessoal de Biden, como pai e membro da família – um tema que a ex-primeira-dama Michelle Obama, em seu discurso na segunda-feira (17), e vários de seus rivais nas primárias de 2020, frequentemente recorrem quando falam sobre Biden.

    A primeira noite da convenção enfocou a união dentro da partido apesar das diferenças ideológicas. Já as duas horas de programação desta terça (18) buscarão preencher outra lacuna: as gerações. 

    A velha guarda do Partido Democrata – em discursos do líder da minoria no Senado, Chuck Schumer, do ex-secretário de Estado John Kerry e do ex-presidente Bill Clinton – dividirá os holofotes com a deputado Alexandria Ocasio-Cortez, jovem estrela progressista que, apesar de ter apenas um minuto para falar, pode protagonizar o momento mais comentado da noite.

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    Vários democratas, falando em nome de Biden na noite de segunda-feira, tentaram destacar a unidade dentro do partido e atacaram o presidente republicano, Donald Trump, e sua forma de lidar com as injustiças raciais, a pandemia do novo coronavírus e seus ataques ao voto pelo correio. 

    A noite foi coroada por Michelle, que chamou Trump de o “presidente errado” e ressaltou que ele não conseguiu ganhar no voto popular quatro anos atrás.

    Os democratas também realizarão uma votação nominal reinventada nesta terça, com membros do partido aparecendo em vídeo de cada um dos 57 estados e territórios para anunciar oficialmente os delegados que Biden e os outros democratas receberam nas primárias ou caucus.

    A convenção para nomear Biden é diferente de qualquer outra convenção da história dos EUA. Devido à pandemia de Covid-19, o evento está sendo realizado quase que totalmente de forma virtual, tornando o que teria sido uma grande reunião de pessoas em um programa de televisão de duas horas exibido em quatro noites.

    Veja abaixo os destaques da segunda noite da convenção, que começa às 21h (22h de Brasília) desta terça.

    Biden, o pai e marido

    Acompanhados pela neta Finnegan, Jill e Joe Biden participam de evento em Iowa
    Acompanhados pela neta Finnegan, Jill e Joe Biden participam de evento de campanha em Des Moines, em Iowa
    Foto: Adam Schultz – 15.jul.2019/ Biden for President

    Jill Biden, pessoa que conhece Joe Biden melhor do que ninguém, encerrará a noite de terça-feira com uma fala bastante intimista.

    Quando Jill Biden falava sobre a campanha eleitoral no início deste ano, ela frequentemente citava a humanidade e decência de seu marido, um tema que os organizadores esperam repetir durante a convenção.

    Mas ela deve dar um toque cada vez mais pessoal a esse ponto, encerrando a segunda noite da convenção falando bastante sobre seu marido.

    “Um comandante em chefe em quem você pode confiar. Um líder que une as pessoas. Um presidente do qual você pode se orgulhar”, disse Jill Biden aos eleitores antes dos caucus de Iowa. “Esse é meu marido, Joe Biden.”Até mesmo o local do discurso de Jill Biden – a Brandywine High School em Wilmington, onde ela ensinou inglês na década de 1990 – sugere a natureza pessoal dos comentários. A carreira de professora de Jill foi fundamental para sua mensagem durante a campanha e ela recentemente disse que gostaria de continuar ensinando mesmo se virasse primeira-dama.

    Jill Biden tem sido uma substituta regular do marido na campanha eleitoral, tanto em eventos pessoais no início do ano como virtualmente depois que a pandemia acabou com a maioria das campanhas tradicionais. Nesses eventos, ela elogiou o apoio de Biden entre os independentes e a capacidade de vencer em estados-chave.

    Mas muitas pessoas podem falar esse tipo de coisa sobre o candidato democrata. O que a maioria dos democratas espera que Jill Biden traga nesta terça-feira é uma explicação de Joe Biden, o marido e pai.

    60 segundos de Ocasio-Cortez

    Alexandria Ocasio-Cortez, principal nome da nova geração democrata
    Principal nome da nova geração democrata, Alexandria Ocasio-Cortez terá apenas um minuto para falar na convenção
    Foto: Divulgação/ Senate Democrats

    Os organizadores da convenção deram a Alexandria Ocasio-Cortez apenas um minuto para falar, mas há uma boa aposta que esses 60 segundos serão os mais comentados da noite.

    Ocasio-Cortez é, independente do critério, uma das jovens líderes mais influentes dos EUA. Ela está mais ambientada do que qualquer outro democrata para o meio virtual desta convenção, que tem mais em comum com um vídeo ao vivo no Instagram do que um discurso em um salão de convenção padrão.

    Ela não terá muito tempo para fazer isso, mas Ocasio-Cortez deve usar sua vez para destacar o sucesso de Sanders em despertar e impulsionar um movimento progressista que enviará algumas de suas novas estrelas mais brilhantes ao Capitólio no próximo ano. 

    Nos meses desde que Sanders saiu das primárias, Ocasio-Cortez deixou de lado os debates intra partidários do passado (e futuro), concentrando-se seu distrito eleitoral que foi atingido pela pandemia do novo coronavírus.

    Ela também co-presidiu, junto com Kerry, a “força-tarefa de unidade” Biden-Sanders sobre o clima – uma das seis formadas pelas duas campanhas –, grupo de políticas que produziu as recomendações consideradas como mais prováveis ??de serem aplicadas se Biden vence em novembro.

    Bill Clinton fará a diferença?

    Bill Clinton focará sem discurso nos erros de Trump como presidente dos EUA
    O ex-presidente Bill Clinton focará sem discurso nos erros de Trump como presidente dos EUA
    Foto: Alyssa Pointer -30.jul.2020/ Reuters

    Quando Bill Clinton subiu ao palco em Charlotte, na Carolina do Norte, em 2012, ele apresentou, sem dúvida, o argumento mais convincente sobre Barack Obama de todas as quatro noites daquela convenção, usando todo o seu discurso de quase 3,2 mil palavras para argumentar por que o país deveria reeleger o presidente.O discurso de Clinton neste ano, oito anos depois não será nada parecido.

    A fala do ex-presidente, sua 11º em uma convenção democrata, será pré-gravada, breve, e contará com o ex-presidente fazendo “a repreensão mais contundente a Trump desde sempre, ainda mais contundente do que em 2016”, disse uma fonte familiarizado com os comentários à CNN.

    O ex-presidente centrará seus comentários no novo coronavírus, disse a fonte. Clinton explicará então por que Biden tem as qualidades de liderança necessárias para ser presidente.

    Clinton é capaz argumentações potentes: como um dos quatro ex-presidentes dos EUA que estão vivo, ele sabe o que é preciso para fazer o trabalho e, como fez com Obama há oito anos e sua esposa, Hillary Clinton, quatro anos depois, o ex-presidente consegue explicar a presidência em termos diretos.

    Mas o clima político mudou drasticamente em oito anos, e mais ainda desde que Clinton ocupou a Casa Branca, e o homem que já foi o mais prolífico ativista democrata e arrecadador de fundos foi em grande parte marginalizado nesta campanha presidencial.

    O discurso desta terça-feira à noite provavelmente será o momento de maior destaque de Clinton na campanha, e o ex-presidente tentará cumprir o prometido para Biden como fez com os democratas no passado.

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    Sally Yates passou 10 dias no governo Trump como procuradora-geral interina, antes de ser demitida pelo presidente por dizer aos advogados do Departamento de Justiça para não defenderem a primeira iteração de sua proibição de viagens.

    Essa cidadã do estado da Geórgia rapidamente se tornou um dos primeiros heróis da “resistência” anti-Trump – e a primeira de muitos servidores públicos a perder seus empregos ou serem exonerados de cargos públicos por entrarem em conflito com o presidente. Durante uma visita ao Capitólio no início deste mês para testemunhar sobre a interferência nas eleições em 2016, Yates foi repetidamente questionada por senadores republicanos se ela não gostava de Trump.

    “Não respeito a maneira como ele conduziu a presidência”, disse ela. Na terça à noite, ela terá a oportunidade de dizer aos americanos por quê.

    A próxima geração de democratas

    Não haverá nenhum discurso tradicional nesta Convenção Nacional Democrata – em vez disso, o partido tentará destacar alguns de seus membros mais jovens e promissores na mesma noite em que sua velha guarda sobe ao palco. Estão programadas falas de 17 estrelas em ascensão do partido, um grupo que vai desde a democrata da Geórgia Stacey Abrams a líderes locais como o deputado estadual Malcolm Kenyatta da Carolina do Sul, o senador da Carolina do Sul Marlon Kimpson e a senadora do estado de Nevada Yvanna Cancela.

    Todos os 17 palestrantes pré-gravaram um discurso comum, que será exibido como uma demonstração de unidade partidária e um símbolo da bancada jovem e diversificada do Partido Democrata.

    “A tônica da convenção sempre foi o termômetro para o futuro de nosso partido e nossa nação”, disse Joe Solmonese, o CEO da convenção, sobre discurso não convencional. “Quando os americanos acompanharem as falas nesta semana, encontrarão a liderança inteligente e estável de que precisamos para enfrentar este momento crítico.”

    A fala da velha guarda

    Se Ocasio-Cortez fala em nome de uma nova geração de democratas mais liberais, Schumer e Kerry, o candidato presidencial do partido em 2004, oferecerá um lembrete de que a geração mais velha não tem pressa em passar o bastão.

    A maneira como eles enquadram essa realidade, em um momento em que Biden está tentando aumentar o apoio dos eleitores mais jovens e estender sua liderança entre os mais velhos, oferecerá uma visualização sobre o pensamento da campanha e seu caminho para a vitória em novembro.

    Kerry é um aliado próximo de Biden e Schumer poderia ser o líder legislativo encarregado de fazer caminhar a agenda de Biden pelo Senado.

    Juntos, eles passaram mais de três décadas como colegas de Biden no Senado, então suas palavras certamente serão instrutivas.

    (Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês)