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    Venezuela liberta 5 opositores após acordo sobre eleições e alívio de sanções dos EUA

    Governo de Maduro e oposição venezuelana chegaram a um acordo para que as eleições presidenciais de 2024 sejam monitoradas internacionalmente e realizadas no segundo semestre do próximo ano

    Mayela ArmasVivian SequeraMatt Spetalnickda Reuters

    A Venezuela libertou cinco presos, dentre eles figuras conhecidas da oposição política, que confirmou a soltura na madrugada desta quinta-feira (19).

    A ação ocorre após um acordo eleitoral entre a oposição e o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, para que sejam realizadas eleições à Presidência do país no segundo semestre de 2024.

    Na quarta-feira (18), o governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, aliviou as sanções impostas à indústria venezuelana de petróleo e gás na época que Donald Trump era presidente. O alívio veio em resposta ao acordo eleitoral firmado e com a exigência de Washington de que certos prisioneiros fossem libertos.

    Os EUA deram a Maduro até o final de novembro para começar a suspender as proibições aos candidatos presidenciais da oposição e libertar prisioneiros políticos e americanos “detidos injustamente”, segundo o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken.

    A Reuters entrou em contato com Departamento de Estado dos EUA, mas ainda não obteve uma resposta.

    O governo da Venezuela também ainda não confirmou uma lista de nomes publicada nas redes sociais por Gerardo Blyde, o principal nome da oposição envolvido nas negociações com o governo.

    Blyde disse que foram soltos: o jornalista Roland Carreno, do partido de oposição Vontade Popular, o ex-parlamentar Juan Requesens, do partido Justiça Primeira – que estava em prisão domiciliar – e outros três.

    Blyde postou uma foto sua com Carreno que, segundo ele, foi tirada em Caracas, capital venezuelana.

    Acordo eleitoral

    O governo de Maduro e a oposição venezuelana chegaram a um acordo, na terça-feira (16), para que as eleições presidenciais de 2024 sejam monitoradas internacionalmente e realizadas no segundo semestre do ano.

    No entanto, o acordo não chegou a abranger a reintegração de candidatos da oposição que foram impedidos de ocupar cargos públicos – incluindo Maria Corina Machado, a favorita nas primárias de domingo (22), quando a oposição deverá escolher o seu candidato para 2024.

    Um alto funcionário do Departamento de Estado, falando à Reuters sob a condição de anonimato, ameaçou reverter as medidas de alívio das sanções, a menos que Maduro suspenda as proibições e liberte os prisioneiros.

    Carreno, ex-diretor de operações da Vontade Popular, foi preso em outubro de 2020 e estava sendo julgado sob a acusação de conspiração e financiamento de terrorismo.

    O ex-deputado Requesens estava em prisão domiciliar depois de ter passado mais de dois anos na prisão e estava sob investigação pela explosão de dois drones num evento de 2018 com a presença de Maduro.

    Durante anos, a oposição pediu que o governo libertasse mais de 200 pessoas que a ONG Foro Penal, reconhecida pela Organização dos Estados Americanos, considera como prisioneiros políticos.

    Várias medidas legais recentes – incluindo a condenação de seis manifestantes sob acusações de conspiração – foram vistas pela oposição e por grupos de direitos civis como um esforço para assustar potenciais ativistas antes das eleições.

    Um funcionário do Departamento de Estado dos EUA disse, na quarta-feira, que espera, no curto prazo, a libertação dos americanos detidos. Acredita-se que existam mais de meia dúzia de prisioneiros americanos na Venezuela.

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