Trump diz que vai anunciar sua escolha para a Corte Suprema até fim da semana
Pressionado, o presidente deve anunciar substituto "o mais rapidamente possível"
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (21) que revelaria sua escolha para substituir a juíza Ruth Bader Ginsburg – que morreu na sexa (18) – na Suprema Corte até o fim da semana.
A decisão de quem nomear para ocupar o lugar do ícone dos direitos das mulheres – e quando nomeá-la – faz parte de uma das maiores deliberações do mandato presidencial de Trump.
Sabendo o que está em jogo, Trump passou o final de semana inteiro no telefone, enquanto fazia campanha na Carolina do Norte no sábado e visitava seu campo de golfe no domingo.
Nessas ligações, ele deixou claro que gostaria de fazer a nomeação rapidamente.
“Eu acredito que será na sexta e no sábado e nós queremos prestar homenagens”, disse Trump em uma entrevista pela manhã no programa “Fox and Friends”, da Fox News.
“Aparentemente teremos cerimônias na quinta ou na sexta-feira, pelo que entendi”, ele completou; “E eu acho que, em sinal de respeito, devemos esperar as homenagens para a juíza Ginsburg acabarem. Então provavelmente falaremos no sexta, ou talvez no sábado.”
Alguns conselheiros de Trump o encorajaram no final de semana a encontrar uma reposição para Ginsburg o mais rapidamente possível, crendo que uma vez que o nome for anunciado, será mais difícil para os senadores republicanos se oporem à nomeação do presidente. Até o momento, dois senadores já disseram que o vencedor das eleições presidenciais de novembro deveria escolher o substituto de Ginsburg.
Em fevereiro de 2016, quando o juíz da Suprema Corte Antonin Scalia morreu, o senado bloqueou o presidente da época, Barack Obama, de nomear um novo membro. O líder do senado então, Mitch McConnell, declarou que a câmara apoiava que o nome fosse escolhido pelo candidato eleito nas eleições daquele ano.
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Mas outro grupo de conselheiros encorajou firmemente que Trump esperasse o fim das homenagens póstumas à juíza. Eles avisaram que qualquer sinal de desrespeito à Ginsburg – a quem Trump insultou no passado – poderia ser usado pelos democratas para convencer votantes.
Trump parece ter adotado uma visão mais cautelosa, dizendo na Fox que faria o anúncio depois das homenagens à Ginsburg – apesar de seu secretário de imprensa ter dito na Fox News, menos de uma hora antes da declaração do presidente, que ele nomearia alguém até a quarta-feira.
Trump está trabalhando de forma acelerada em sua campanha para as eleições de novembro. Após a morte de Ruth Bader Ginsburg na sexta-feira, as doações para candidatos e causas democratas chegaram a 100 milhões de dólares, segundo a plataforma de levantamento de doações ActBlue.
Até esta segunda, Trump não deu sinais de ter feito a escolha final, mas afirmou ter reduzido as probabilidades a uma “pequena lista”.
“Está entre cinco. Poderia ser qualquer um deles”, disse na Fox News. Ele mencionou o nome de apenas duas candidatas: Amy Coney Barret e Barbara Lagoa.
Barret é a favorita pois é vista como uma escolha segura. Ela já foi escolhida por Trump para uma corte especial em 2020 e dá aulas de Direito na universidade Notre Dame.
Trump inicialmente demonstrou interesse por lagoa, uma juíza descendente de cubanos nascida nos EUA, com quem ele tinha falado apenas uma vez antes.
Aliados do presidente teriam advogado por ela, argumentando que ela poderia trazer votos de sua terra natal, a Flórida, um estado crucial nas eleições presidenciais.
O entusiasmo do republicano com a candidata pareceu diminuir conforme o final de semana passou, apesar de lhe fazer elogios na entrevista:
“Ela é excelente. Ela é hispânica. Ela é uma mulher incrível até onde sei”, ele disse. “Eu não a conheço, mas amamos a Flórida”.
Perguntado se fatores políticos seriam levados em consideração na sua escolha, Trump disse que isso “pesava menos do que a pessoa em si”.
(Texto traduzido do inglês, clique aqui para ler o original)