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    Johnson e Biden renovam acordo assinado por Churchill e Roosevelt; entenda

    'Carta do Atlântico' foi assinada durante a 2ª Guerra Mundial e estabelecia os passos dos Estados Unidos e do Reino Unido no pós-guerra

    Renato Barcellos, da CNN, em São Paulo

    O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinaram nesta quinta-feira (10) uma nova Carta do Atlântico, renovando o acordo assinado durante a 2ª Guerra Mundial, há 80 anos, em um encontro um dia antes da reunião da cúpula do G7 – grupo que reúne sete das maiores economias do mundo e a União Europeia.

    A Carta do Atlântico foi assinada durante a 2ª Guerra Mundial pelo então primeiro-ministro do Reino Unido, Winston Churchill, e o presidente dos Estados Unidos à época, Franklin Roosevelt.

    O acordo, emitido em 14 de agosto de 1941, definia metas para os Aliados – Estados Unidos, França, Inglaterra e União Soviética – para o mundo pós-guerra. No momento da assinatura, no entanto, os Estados Unidos não haviam entrado na guerra ainda.

    A carta era dividida em oito pontos:

    1. Nenhum ganho territorial deveria ser buscado pelos Estados Unidos ou pelo Reino Unido;
    2. Os ajustes territoriais deviam estar de acordo com os desejos dos povos interessados;
    3. Todas as pessoas tinham direito à autodeterminação;
    4. As barreiras comerciais deveriam ser reduzidas;
    5. Deveria haver cooperação econômica global e avanço do bem-estar social;
    6. Os participantes trabalhariam por um mundo livre de desejos e medo;
    7. Os participantes trabalhariam pela liberdade dos mares;
    8. Deveria haver desarmamento das nações agressoras e um desarmamento comum no pós-guerra.

    Tanto o Reino Unido quanto os Estados Unidos queriam mostrar unidade, princípios mútuos e esperança para o mundo pós-guerra, além das políticas que eles concordaram em seguir quando o Eixo fosse derrotado.

    Já no pós-guerra, a Carta do Atlântico inspirou muitos acordos internacionais que moldaram o mundo a partir de então. O Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT) e a independência pós-guerra das colônias, por exemplo, derivam da Carta do Atlântico.

    ‘Renovação’ da carta por Biden e Johnson

    Embora o inimigo agora seja o novo coronavírus e os planos sejam para o pós-pandemia, a “reedição” da Carta do Atlântico também deve ser relevante.

    O novo tratado aponta que, mesmo com a mudança no mundo desde 1941, os valores permanecem os mesmos no que diz respeito à defesa da democracia, direitos humanos, segurança coletiva e comércio internacional.

    Além desses pontos, o acordo cita também a necessidade de colaboração no combate à crise climática e na construção de uma economia global sustentável.

    Após assinarem o acordo, Boris Johnson e Joe Biden vão procurar também um entendimento para a reabertura das viagens aéreas entre o Reino Unido e os Estados Unidos “o mais rápido possível”, criando um grupo de trabalho que dê recomendações sobre como fazê-lo de forma segura.

    Um potencial acordo de comércio pós-Brexit e as relações com a China e Rússia também vão estar na agenda dos chefes dos países.

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