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    Imprensa britânica acusa primo da rainha Elizabeth II de oferecer acesso a Putin

    Michael de Kent participou de reunião com jornalistas disfarçados de executivos de falsa empresa sul-coreana interessada em entrar no mercado russo

    Max Foster e Schams Elwazer, da CNN

    O príncipe Michael de Kent, primo da rainha Elizabeth II, disse no domingo (9) que “não tem nenhum relacionamento especial” com o presidente russo, Vladimir Putin, depois que uma investigação jornalística afirmou que ele e um amigo próximo estavam “negociando secretamente” o acesso ao presidente russo para obter lucro.

    A reportagem gira em torno de gravações secretas de uma reunião no Zoom envolvendo o príncipe Michael, seu amigo e parceiro de negócios Simon Isaacs – cujo título é o Marquês de Reading – e dois jornalistas disfarçados se passando por executivos de uma falsa empresa sul-coreana que investe em ouro.

    A investigação do Sunday Times e do Channel 4 do Reino Unido não alega que Michael ou Isaacs participaram de qualquer atividade ilegal.

    De acordo com o The Sunday Times, seus repórteres disfarçados alegaram que a fictícia empresa sul-coreana “estava procurando contratar um membro da realeza para comercializar seu serviço de investimentos” e escreveu em uma carta que “estava planejando abrir um escritório em Moscou e se ofereceu para contratar o príncipe como um conselheiro para usar seus ‘excelentes contatos’ na Rússia.”

    “Eu viajei muito pela Rússia por vários motivos diferentes, mas principalmente a negócios”, disse o príncipe aos jornalistas disfarçados em uma ligação via Zoom, cujos clipes foram postados pelo jornal.

    As ligações do príncipe com a Rússia

    O príncipe Michael é primo de primeiro grau da rainha Elizabeth II e muitas vezes apareceu ao lado dela durante compromissos reais. Seus avôs maternos e paternos são primos de primeiro grau do Czar Nicolau II e ele faz visitas à Rússia desde o colapso da União Soviética em 1992, segundo seu site.

    “O príncipe Michael há muito estabeleceu conexões comerciais, beneficentes e culturais com a Rússia e está orgulhoso de todo o trabalho que fez para o comércio entre o Reino Unido e a Rússia”, disse um comunicado de seu porta-voz.

    Ele fala russo, é patrono da Câmara de Comércio Russo-Britânica e em 2009 foi “presenteado com a Ordem da Amizade do Presidente (Dimitri) Medvedev, uma das mais altas ordens na Rússia, por seu trabalho nas relações Anglo-Russo”, disse seu site.

    No mesmo vídeo publicado pelo The Sunday Times sobre a ligação no Zoom com os repórteres disfarçados, o príncipe Michael deixa a ligação, mas Isaacs continua a reunião e parece prometer acesso ao presidente Vladimir Putin aos interessados.

    Referindo-se ao nome da falsa empresa sul-coreana, Isaacs diz no vídeo: “Se (o príncipe Michael) estiver representando a Casa de Haedong, ele poderia mencionar isso para Putin, que encontraria a pessoa certa que está interessada na Coreia do Sul ou em ouro. Isso abre portas, o que é muito útil.”

    Príncipe ‘não tem relação especial com Putin’

    O porta-voz do príncipe disse em um comunicado: “O príncipe Michael não tem nenhuma relação especial com o presidente Putin. Eles se encontraram pela última vez em 2003 e ele não teve contato com ele ou com seu escritório desde então.”

    “O Marquês de Reading é um bom amigo, mas fez sugestões que o príncipe Michael não teria desejado ou não seria capaz de cumprir”, acrescentou o porta-voz.

    Na ligação pelo Zoom após o príncipe ter deixado a reunião, Isaacs continua dizendo que, na Rússia, o príncipe “não é visto como político” e é visto como “um amigo da Rússia”.

    Ele acrescenta que o príncipe Michael tem grande consideração devido à sua “herança da família real” e que “ele é, geralmente, considerado embaixador não oficial de Sua Majestade na Rússia”.

    O porta-voz do Príncipe Michael, em comunicado enviado ao Sunday Times, disse que nunca representou o Palácio de Buckingham “na Rússia ou em qualquer outro lugar”.

    O comunicado também acrescentou que “o príncipe Michael não recebe financiamento público e ganha sua vida por meio de uma empresa de consultoria que dirige há mais de 40 anos. Suas Altezas Reais pagam um aluguel de preço de mercado e taxas por sua casa no Palácio de Kensington.”Em uma declaração ao The Sunday Times, o Marquês de Reading disse: “Cometi um erro e prometi demais e, por isso, estou verdadeiramente arrependido.”

    (Texto traduzido; leia o original em inglês)

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