Líderes condenam interceptação de avião em Belarus
Opositor ao governo de Aleksander Lukashenko foi preso durante pouso em Minsk
Líderes da União Europeia concordaram em impor sanções, inclusive econômicas, a Belarus, que fica no leste do continente europeu. A ação foi tomada depois da força aérea do país ter desviado um avião comercial — que não ia pousar em Belarus — para prender um jornalista, que é opositor do governo.
“Um escândalo internacional”, definiu o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel. “Um ato de terrorismo de estado contra cidadãos da união europeia e de outros países”, declarou a primeira-ministra da Lituânia, Ingrida Šimonyte.
O governo britânico pediu a libertação imediata do jornalista. secretário das relações exteriores, Dominic Raab, não descartou envolvimento da Rússia na operação. A Comissão Europeia disse que o ato ultrajante de Belarus é mais uma tentativa flagrante de silenciar todas as vozes da oposição no país.
Do outro lado do Atlântico, os Estados Unidos afirmaram que estão coordenando uma resposta ao episódio com os aliados.
O voo da Ryanair com 126 passageiros, partiu de Atenas, na Grécia, no domingo, e seguia para Vilnius, na Lituânia. Quando cruzava o espaço aéreo de Belarus, a tripulação recebeu ordens para desviar o percurso e pousar em Minsk. Durante o trajeto, o avião foi escoltado por um caça militar.
O CEO da companhia aérea disse que o pouso forçado do avião em Belarus foi um ato de pirataria e um sequestro apoiado pelo Estado. O governo se defende dizendo que o desvio aconteceu porque recebeu uma ameaça de bomba do grupo palestino Hamas. Mas nada foi encontrado. Ao pousar em Minsk, Roman Protosevich e a namorada dele, que é russa, foram presos.
Ao ser detido, o jornalista disse para outro passageiros que temia ser condenado à morte. Em um vídeo postado nesta segunda-feira, o jornalista bielorursso disse que está bem de saúde e em prisão preventiva em Minsk.
O jornalista vivia exilado na Lituânia, de onde comandava uma rede de informações no aplicativo Telegram. O veículo teve papel fundamental nos protestos antigoverno do ano passado, após a reeleição de Lukashenko, que opositores afirmam ter sido fraudada.
Chamado de o último ditador da europa, Aleksander Lukashenko governa o país desde 1994.