Serviço Secreto muda planos de proteção de Biden após susto
O Serviço Secreto informou que está trabalhando em planos para proteger os pré-candidatos à presidência dos Estados Unidos depois que, em uma cena angustiante, manifestantes invadiram o palco durante o discurso de vitória do ex-vice-presidente Joe Biden em Los Angeles, na noite de terça-feira (3).
Nenhum dos candidatos democratas à Casa Branca pediram proteção ao Serviço Secreto até a noite de quinta-feira (5), mas as autoridades estão prontas para despachar quando forem chamadas, informou a agência federal.
Em nota, a diretora de comunicações do Serviço Secreto, Cathy Milhoan, disse que os preparativos da agência para a proteção de candidatos começaram em janeiro de 2017, e que a liderança da agência identificou milhares de agentes, oficiais da Divisão Uniforme e equipe de apoio administrativo em março de 2019 que apoiariam a missão.
Na quarta-feira (4), um oficial do Serviço Secreto afirmou que a agência está reconsiderando o cronograma para a implantação de guarda-costas da campanha após o caso em Los Angeles, quando a esposa de Biden, um segurança particular e vários funcionários importantes da campanha correram para defender o candidato.
Também na quarta, o presidente do Comitê de Segurança Interna da Câmara citou o caso da noite de terça ao recorrer a Chad Wolf, o secretário interino de Segurança Interna, e quatro líderes do Congresso que compõem o Comitê Consultivo para Proteção de Candidatos a começarem a considerar o envio da proteção do Serviço Secreto.
“Conforme o avanço do processo de nomeação do candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, os americanos merecem saber que os principais candidatos estão protegidos de todas as ameaças à sua segurança”, escreveu a deputada Bennie Thompson, democrata do Mississippi, em carta.
Historicamente, os candidatos à Presidência recebem proteção do Serviço Secreto durante a temporada das primárias, conforme aumentam os tamanhos da multidão e da possibilidade de ameaças. Geralmente, um candidato deve solicitar a proteção para iniciar um processo que inclua a aprovação de líderes do congresso e do chefe da Segurança Interna, embora as diretrizes federais permitam que o processo tenha início sem a solicitação do candidato.
Em entrevista à emissora NBC News, na manhã de quinta-feira (5), Biden afirmou que a necessidade de proteção “está se tornando cada vez mais clara”. “Acho que isso é algo que deve ser considerado quanto mais ultrajante se tornar”, disse o pré-candidato democrata.
Antes do evento em Los Angeles, o Serviço Secreto estava definindo diretrizes para preparar a segurança dos candidatos democratas na metade de março, quando a agência previu que a disputa seria reduzido a dois políticos, informou o funcionário da agência. No entanto, esse processo deve ser acelerado agora, afirmaram dois funcionários familiarizados com o procedimento.
Em nota no final da tarde de quarta, Milhoan negou que a agência tenha mudado quaisquer planos após o caso em Los Angeles. “O Serviço Secreto tem equipes identificadas, treinadas e prontas para serem implantadas há meses”, afirmou. “Nossos homens e mulheres estão prontos para executar esta missão vital quando um candidato faz uma solicitação através do secretário de Segurança Interna em consulta com o Painel Consultivo para Candidatos ao Congresso”.
O deputado Cedric Richmond, co-presidente da campanha de Biden, diz que a proteção seria bem-vinda. “Posso dizer que o Congresso democrata está preocupado com isso. O Comitê de Segurança Interna enviou hoje um pedido para dar proteção do Serviço Secreto a todos os candidatos até o final da campanha”, disse o democrata da Louisiana.
Biden tinha acabado de iniciar seu discurso, na noite de terça-feira (3), quando duas mulheres correram para o palco, onde o ex-vice-presidente estava comemorando seu ressurgimento da Superterça.
Uma delas carregava uma placa e gritou: “Deixe os laticínios morrerem” – em oposição à indústria desse setor. Ela foi contida pelo segurança particular de Biden e saiu do palco enquanto Biden e a esposa, Jill Biden, observavam assustados. Segundos depois, uma segunda mulher subiu ao palco gritando. Jill aproximou-se do marido para protegê-lo quando Symone Sanders, uma conselheira sênior da campanha, entrou na plataforma e arrastou a mulher pelo torso.
Depois da situação, Sanders fez uma publicação no Twitter: “Eu quebrei uma unha”.
Até agora, nenhum dos democratas em busca da indicação de seu partido para presidente proteção do Serviço Secreto. Nos ciclos passados, alguns políticos evitaram buscar a proteção para manter contato próximo com os eleitores nas ruas.
Biden manteve uma equipe do Serviço Secreto por seis meses após o término do governo Obama, de acordo com o protocolo da agência, e recentemente utilizava segurança privada.
De acordo com as diretrizes do Departamento de Segurança Interna de 2017, os principais líderes democratas e republicanos do Congresso – a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, o líder da minoria do Senado, Chuck Schumer, o líder da maioria do Senado, Mitch McConnell e o líder da minoria da Câmara, Kevin McCarthy – assinam a decisão de aprovar o Proteção do Serviço Secreto para candidatos em consulta com o secretário de Segurança Interna e o Serviço Secreto depois de revisar a “escala e seriedade da campanha do candidato”, segundo Thompson.
O grupo do Congresso está programado para se reunir quarta-feira à tarde para falar sobre o coronavírus.
Nos ciclos anteriores de campanha presidencial, os principais candidatos já haviam recebido proteção do Serviço Secreto a este ponto da corrida eleitoral. Então favoritos da disputa republicana, Donald Trump e Ben Carson receberam uma squipe de segurança em novembro de 2015, enquanto o senador Bernie Sanders recebeu o dele em fevereiro de 2016. Hillary Clinton já viajou com oficiais do Serviço Secreto devido ao seu status de ex-primeira dama quando ela disputou em 2016.
A ação rápida de Jill Biden na noite de terça não foi a primeira que ela tomou em nome da segurança. Depois que um homem gritou com o marido dela e se aproximou do palco em um comício de New Hampshire, no mês passado, ela pulou da cadeira para ajudar outras pessoas a impedir que ele se aproximasse demais.
Perguntada pelos repórteres sobre o agressor após o evento em New Hampshire, Jill Biden riu e disse: “Sou uma boa garota da Filadélfia”.