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    Colômbia completa um mês de protestos sem avanço em negociações com governo

    Governo colombiano e lideranças dos protestos haviam chegado a um 'pré-acordo', que foi travado após alguns líderes não condenarem os bloqueios de estradas

    Manifestantes participam de protesto contra pobreza e violência policial em Bogotá, Colômbia
    Manifestantes participam de protesto contra pobreza e violência policial em Bogotá, Colômbia Foto: Luisa Gonzalez/Reuers

    Reuters

    Milhares de manifestantes protestaram em diversas cidades da Colômbia nesta sexta-feira (28) para marcar um mês de atos generalizados, enquanto as negociações entre o governo e o comitê da greve nacional seguem travadas.

    Nesta semana, o governo e os líderes do protesto disseram que chegaram a um “pré-acordo”, mas o governo informou nesta quinta-feira (27) que não havia assinado o pacto porque alguns líderes do protesto não condenariam bloqueios de estradas.

    “Já chegamos a um acordo, falta apenas a assinatura do presidente para iniciar as negociações”, disse Francisco Maltes, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) do país nesta sexta-feira, acusando o governo de atrasar as negociações.

    As manifestações começaram em 28 de abril, pressionando o governo e parlamentares a arquivarem as reformas tributária e de saúde e levando à demissão do então ministro das Finanças Alberto Carrasquilla.

    Desde a desistência da reforma tributária ainda no início do mês, as demandas dos manifestantes foram ampliadas para incluir uma renda básica, oportunidades para os jovens e o fim da violência policial.

    Em meio a gritos e música durante atos na capital Bogotá, manifestantes afirmaram que continuariam nas passeatas mesmo depois de um mês de protestos.

    “Até que o governo nos escute, temos que ficar nas ruas”, disse Alejandro Franco, de 23 anos. Perto de se formar, ele declarou que estava protestando por melhoria na educação e na saúde, entre outros motivos. “Se o povo não tiver paz, o governo também não terá”, acrescentou.

    Para alguns, as manifestações estão colocando mais pressão financeira em um cenário já prejudicado. “Tenho que fechar minha loja toda vez que há protestos”, disse Laudice Ramirez, 62, no sul da cidade. “Vou à falência, mas os jovens não têm outras opções por oportunidades.”

    Embora tenha chegado a um pré-acordo com o comitê nacional de greve — formado por sindicatos, grupos estudantis e outros –, o governo divulgou nesta quinta-feira um comunicado atribuindo o atraso na assinatura do acordo a alguns líderes do protesto que não concordam em condenar bloqueios de estradas.

    “Essa exigência não é nova (…) para o governo, esse ponto não é negociável”, afirma o comunicado, acrescentando que as negociações serão retomadas nesta domingo (29);

    (Reportagem de Oliver Griffin e Carlos Vargas)