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    Mesmo com vacinação em alta, variantes ameaçam queda de casos nos EUA

    O número de infecções, após semanas de declínio, agora parece ter se estabilizado em níveis elevados

    Christina Maxouris, da CNN

     A cada dia e a cada vacinação, os EUA se aproximam mais da linha de chegada daquela que foi uma batalha brutal contra a Covid-19. Mas ainda não acabou. O número de infecções, após semanas de declínio, agora parece ter se estabilizado em níveis elevados. Os EUA registraram uma média de mais de 60.000 casos de Covid-19 por dia na semana passada. 

    Mais de 41.000 pessoas permanecem hospitalizadas com o vírus em todo o país, de acordo com o Projeto de Rastreamento Covid, e mais de 1.700 mortes foram relatadas todos os dias durante a última semana. Além disso, variantes altamente contagiosas que já estão circulando alertam especialistas de que outro pico de infecções pode ocorrer em breve. 

    Mais de 2.700 casos de variantes detectadas pela primeira vez no Reino Unido, África do Sul e Brasil foram relatados nos EUA, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças – mas a agência alertou que esse não é o número total de casos no país, e sim aqueles que foram identificados com a ajuda do sequenciamento genômico.

    A grande maioria desses casos – pelo menos 2.672 – é a variante mais contagiosa conhecida como B.1.1.7, detectada pela primeira vez no Reino Unido. A variante foi encontrada em 46 estados, Porto Rico e Washington, DC.

    “Essa cepa está aumentando exponencialmente”, disse a especialista em doenças infecciosas e epidemiologista, Dra. Celine Gounder, à CNN no sábado (6). “Portanto, provavelmente estamos agora no ponto crítico de outra onda.”

    Falando sobre os perigos dessa variante, Michael Osterholm, diretor do Centro de Pesquisa e Política de Doenças Infecciosas da Universidade de Minnesota, alertou na sexta-feira (5) “que o vírus está prestes a decolar nos Estados Unidos”.

    As variantes são um grande motivo pelo qual os especialistas alertam repetidamente que agora é a hora de redobrar as medidas que funcionam para conter a propagação do vírus – e não aliviar as restrições da Covid-19.

    “Há tantos motivos pelos quais você não quer recuar agora”, disse o Dr. Anthony Fauci à CNN no final da semana passada. “Você quer planejar que será capaz, dentro de um tempo razoável, de recuar. Mas não em um momento em que temos variantes circulando e quando você tem o que parece um platô do declínio dos casos.”

    Estados anunciaram restrições afrouxadas na semana passada

    Apesar das advertências dos líderes de saúde, vários governantes estaduais anunciaram que estavam abrandando as restrições da Covid-19. O governador do Texas, Greg Abbott, anunciou na terça-feira (2) que estava retirando a obrigatoriedade do uso de máscara em todo o estado e eliminando quaisquer limites de capacidade no comércio, a partir de 10 de março. “Agora é hora de abrir o Texas 100%”, disse ele. No mesmo dia, o governador do Mississippi, Tate Reeves, tomou medidas semelhantes.

    Já o mandatário de Ohio, Mike DeWine, anunciou revisões nas ordens de saúde pública na terça-feira, incluindo a remoção do limite de 300 pessoas para eventos em salões de festas. Na quinta-feira, ele disse que quando o estado chegar a 50 casos por 100.000 pessoas por duas semanas, todas as ordens de saúde serão suspensas.

    Enquanto isso, no Michigan, Gretchen Whitmer revelou uma série de restrições atenuadas, incluindo capacidade expandida para restaurantes, varejo, academias, estádios e outras instalações.

    E, em Louisiana, John Bel Edwards também afrouxou as restrições. A maioria do comércio – incluindo restaurantes e salões de beleza – agora podem operar com 75% da capacidade, enquanto os serviços religiosos não têm mais limites de capacidade.

    Na sexta-feira, o governador do Arizona Doug Ducey também disse que estava aumentando os limites de ocupação em estabelecimentos – incluindo restaurantes, academias e teatros.

    Um anúncio semelhante veio do governador da Virgínia Ocidental, Jim Justice, que disse que restaurantes, bares e outros negócios, incluindo academias e museus, poderiam começar a operar a 100% de sua capacidade. A justiça também aumentou o limite de reuniões sociais para 100 pessoas.

    O Governador da Carolina do Sul, Henry McMaster, emitiu uma ordem executiva na sexta-feira rescindindo a necessidade de cobertura do rosto em escritórios do governo estadual, edifícios e instalações, bem como em restaurantes.

    Enquanto isso, na Califórnia, todos os parques de diversões do estado, incluindo Disneyland, Magic Mountain e Universal Studios, juntamente com esportes e locais de concertos, poderão reabrir com capacidade limitada a partir de 1º de abril, anunciou o secretário de Saúde e Serviços Humanos Mark Ghaly na sexta-feira.

    “Sentimos que agora é o momento apropriado para começar a reintroduzir essas atividades de alguma forma, e de forma cautelosa, de forma lenta e constante”, disse Ghaly.

    Veja quantos americanos foram vacinados

    Em seus anúncios para a flexibilização das restrições, vários líderes estaduais apontaram para a luz crescente no fim do túnel e expressaram um otimismo alimentado pelos números de vacinação.

    Mas especialistas alertaram que os EUA provavelmente ainda têm alguns meses pela frente antes que um número suficiente de americanos sejam vacinados para ajudar a suprimir a disseminação do vírus. Até agora, menos de 10% da população do país foi totalmente vacinada.

    Mais de 57,3 milhões de americanos receberam pelo menos sua primeira dose da vacina Covid-19, mostram os dados do CDC. E mais de 29,7 milhões já receberam duas doses de uma vacina, de acordo com os dados. Isso é cerca de 9% da população dos EUA.

    O esforço de vacinação do país tem sido, em muitos aspectos, uma corrida contra o tempo, dizem os especialistas – já que as autoridades estaduais trabalham para conseguir o máximo de imunizações possível antes que variantes perigosas possam assumir o controle.

    Na semana passada, uma nova pesquisa ofereceu notícias tranquilizadoras: agora há mais evidências de que a variante B.1.1.7 representa pouca ameaça à eficácia das vacinas.

    A pesquisa, publicada na quinta-feira (4), mostra que, embora a variante possa se esconder um pouco do sistema imunológico, não é suficiente para diminuir o valor das vacinas significativamente – e não ameaça reinfectar pessoas que se recuperaram da variante dominante anterior do vírus.

    “Essas descobertas indicam que a variante B.1.1.7 é improvável que seja uma grande preocupação para as vacinas atuais ou para um risco aumentado de reinfecção”, escreveram os pesquisadores em seu relatório, publicado na revista Cell Host and Microbe.

    Receber ambas as doses em tempo hábil é “encorajado para eficácia máxima” em áreas onde a variante está circulando, disseram os pesquisadores.

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