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    Sim, há uma vacina, mas não em quantidade suficiente para todos

    Nos Estados Unidos, há dúvidas sobre a decisão do governo Trump de não comprar mais doses da vacina da Pfizer, a primeira a ser lançada no Reino Unido

    Dose da vacina contra Covid-19 BioNTech-Pfizer
    Dose da vacina contra Covid-19 BioNTech-Pfizer Foto: BioNTech/Divulgação via Reuters

    Zachary B. Wolf, da CNN

    No Reino Unido, pessoas estão recebendo a vacina para a Covid-19 da Pfizer. A ideia de que oficialmente entramos no estágio de vacina no Hemisfério Ocidental realmente me fez dar um pulo de alegria hoje de manhã. É algo imenso.

    O processo parece muito organizado no Reino Unido, onde estádios esportivos estão sendo convertidos em locais de entrega de vacinas para as massas. Isso ocorre em parte porque no Reino Unido existe o National Health Service (NHS), o sistema público de saúde, o que significa estrutura para que todos, em última análise, aguardem a sua vez. O primeiro-ministro Boris Johnson está esperando seu lugar na fila, segundo o próprio disse.

    Nos Estados Unidos, há dúvidas sobre a decisão do governo Trump de não comprar mais doses da vacina da Pfizer, que é a primeira a ser lançada no Reino Unido. Também é provável que ela seja a primeira vacina nos EUA, embora não tenha participado de toda a Operação Warp Speed, o esforço de vacinação dos EUA. (Observação: um ex-membro do conselho da Moderna, concorrente da Pfizer, lidera a Operação Warp Speed.)

    Além disso, não há uma ideia clara de quem receberá a vacina quando estiver disponível nos Estados Unidos, embora deva sair um decreto presidencial do presidente Donald Trump sobre isso.

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    Aqui, há quem queira lucrar com os cuidados de saúde e não está claro para mim se todos receberão uma dose gratuita. Também não está claro quem vai querer fazer isso. Uma autoridade do governo disse na segunda-feira (7) que, até o final de março, 100 milhões de norte-americanos poderão ser vacinados – todos aqueles que quiserem. Existem mais de 300 milhões de pessoas neste país.

    Uma pesquisa feita pelo jornal “USA Today” com provedores de saúde em todos os 50 estados relatou  que, embora cada estado tenha um amplo plano para distribuir  a vacina, há uma grande variação em como isso acontecerá, incluindo desde chamar a Guarda Nacional até planos quase secretos. 

    O presidente eleito Joe Biden reclamou que não há um plano nacional detalhado para distribuição.

    Por que os EUA não reservaram o produto da Pfizer? A Pfizer vendeu grande parte de seu lote para outros países porque os EUA não o compraram no meio do ano, pelo que sabemos hoje. “Acho que eles estão apostando que mais de uma vacina será autorizada e haverá mais vacinas no mercado, e talvez seja por isso que eles não aceitaram esse acordo de opção adicional de 100 milhões de doses”, afirmou o ex-comissário da FDA e membro do conselho da Pfizer Scott Gottlieb na terça-feira (8) à rede CNBC.

    EUA primeiro, mas como?

    Trump está tentando, tarde demais, conter a impressão de que outros países receberão vacinas mais cedo do que os EUA. Ele quer fazê-lo com um decreto presidencial que, embora não esteja claro como, priorizará a venda da vacina aos norte-americanos.

    As autoridades prometeram ter vacinas para os norte-americanos neste ano e no início do próximo. O secretário de Saúde e Serviços Humanos (HHS) de Trump, Alex Azar, prometeu na terça-feira (8) que dezenas de milhões de norte-americanos teriam a vacina antes de Trump deixar o cargo.

    Vacina Pfizer refrigerada
    Vacinas feitas com a técnica do RNA mensageiro precisam ser armazenadas a temperaturas muito baixas
    Foto: REUTERS/Dado Ruvic

    Casos e hospitalizações continuam aumentando nos EUA, mas como escreveu Stephen Collinson, da CNN, o presidente não parece se incomodar com isso e o presidente eleito ainda não assumiu o cargo: Trump, em suas últimas semanas no cargo, tem o poder e o megafone presidencial que pode ajudar muito a convencer os norte-americanos a tomar precauções, mas não está inclinado a fazer isso. Biden tem os planos e uma nova equipe de especialistas que podem fazer a diferença, mas ele não tem poder real para mudar o comportamento e as políticas norte-americanas até que seja empossado no próximo mês.

    Trump esteva em Washington em uma cúpula sobre vacinas na terça-feira (8), reivindicando algum crédito pelas vacinas que estão por vir. Biden estava em Delaware, apresentando sua equipe de saúde, incluindo Xavier Becerra, seu indicado para ser secretário de Saúde e Serviços Humanos (HHS).

    As três prioridades de Biden

    Joe Biden montou seu Plano Covid-19 de 100 dias e o revelou ao anunciar sua equipe. Vale lembrar: 100 dias a partir de 20 de janeiro terminam em 30 de abril.

    Máscaras – Primeiro, ele pedirá a todos os norte-americanos que usem uma máscara por 100 dias e exigirá isso onde possa fazê-lo legalmente.

    Vacinas – Aplicar “pelo menos 100 milhões de vacinas de Covid-19 nos braços do povo norte-americano nos primeiros 100 dias”.

    Escolas – Fazer com que a maioria das crianças volte às escolas se o Congresso fornecer o financiamento necessário e os estados e cidades implementarem fortes medidas de saúde.

    Curiosamente, todas essas coisas clamam por um plano nacional. Também são coisas que, normalmente, são tratadas no nível local.

    Bill Shakespeare, de braço nu

    William Shakespeare, de 80 anos, foi o segundo a ser vacinado contra a Covid-19
    William Shakespeare, de 80 anos, foi o segundo a ser vacinado contra a Covid-19 no Reino Unido
    Foto: CNN Brasil (8.dez.2020)

    Da reportagem da CNN sobre a distribuição no Reino Unido: William Shakespeare, 81 anos, conhecido pelos amigos como Bill, foi a segunda pessoa a receber uma vacina contra Covid-19 no hospital de Coventry na terça-feira (8). Shakespeare, um paciente na enfermaria de casos frágeis do hospital, sentou-se com as obras de arte de seus netos por perto enquanto recebia a injeção.

    Vale a pena ler essas histórias sobre os indivíduos que tomaram a vacina. Mal posso esperar por essas histórias sobre norte-americanos:

    O marido morreu de Covid-19. Agora ela tem a vacina. Gill Rogers, cujo marido morreu em decorrência do coronavírus em uma casa de repouso em abril, foi uma das primeiras a receber a vacina em Sussex, no sudeste da Inglaterra, na terça-feira.

    A senhora de 86 anos, que mora perto de Brighton, disse à BBC que foi “muito difícil” lidar com a tristeza e também com o isolamento, e que receber a injeção significava que ela não precisaria ser tão cuidadosa.

    “Estou um pouco feliz”, contou. “Não terei tanto cuidado, não, não terei tanto medo, irei mais às lojas e com sorte poderei pegar o transporte público.”

    Vacina Covid-19
    A corrida pela vacina contra a Covid-19 está cada vez mais acirrada
    Foto: REUTERS/Dado Ruvic

    “Eu não estava fazendo muita coisa até agora, porque enquanto meu marido estava vivo eu passava muito tempo indo para a casa de repouso, então já estou bastante limitada há muito tempo”, contou.

    Isso não vai acontecer do dia para a noite. Os desafios logísticos de fabricação e distribuição de dezenas de milhões de vacinas significam que a implementação será gradual, com as pessoas mais vulneráveis e os profissionais de saúde em primeiro lugar na fila.

    O estoque. O Reino Unido encomendou 40 milhões de doses da vacina, mas apenas 800 mil estarão disponíveis como parte da primeira onda de vacinação que começou na terça-feira.

    Negacionismo. Do doutor Anthony Fauci para o “Wall Street Journal”: “O problema é que você vai para diferentes partes do país e mesmo quando o surto está claro e os hospitais estão prestes a lotarem, há uma proporção substancial de pessoas que ainda pensam que isso não é real, que é são notícias falsas ou que é uma farsa”.

    Armas foram apontadas para uma ex-diretora de dados do governo estadual da Flórida. Agentes armados invadiram a casa de uma cientista de dados da Flórida que denunciava números da pandemia. Segundo o governo, ela é suspeita de fazer mau uso de um sistema de mensagens do estado

    (Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês).