Inundações e deslizamentos deixam ao menos 265 mortos na África Oriental
Mortes foram registradas em Ruanda, Somália e Quênia, o país mais afetado dos três; mais de 300 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas
Inundações e deslizamentos de terra causadas por chuvas torrenciais desde abril já causaram ao menos 265 mortes em três países da porção Oriental da África.
O país mais atingido foi o Quênia, onde 194 pessoas morreram e cerca de 100 mil foram obrigados a deixar suas casas. Em Ruanda, são ao menos 55 mortes e na Somália 16 pessoas foram vítimas das inundações.
De acordo com autoridades quenianas, níveis sem precedentes de chuva em duas barragens forçaram a retirada de moradores em áreas de risco.
O Departamento Meteorológico do Quênia afirmou em sua previsão mais recente que as fortes chuvas devem continuar nas áreas já atingidas nas próximas semanas.
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Em Budalangi, no oeste do Quênia, os moradores tiveram que levar seus pertences para longe de suas casas submersas usando barcos e motos, depois que o rio Nzoia alagou muitos vilarejos às suas margens.
O porta-voz do governo Cyrus Oguna usou sua conta no Twitter para dizer que, nas últimas três semanas, as inundações afetaram os esforços do país para evitar a propagação do novo coronavírus, que já matou 24 pessoas no país.
O governo forneceu comida e água para as pessoas deslocadas e também determinou ao Ministério da Saúde que lhes desse máscaras como medida de precaução.
As inundações e deslizamentos de terra foram concentrados no oeste do Quênia, disse Eugene Wamalwa, ministro encarregado das relações entre a liderança regional e o governo nacional. “Ontem, perdemos 30 pessoas em questão de 24 horas”, disse Wamalwa.
Situação em Ruanda e Somália
Em Ruanda, 55 pessoas morreram apenas na quarta-feira (6) em consequência das fortes chuvas em diferentes partes do país, disse uma autoridade do governo.
As vítimas foram atingidas por inundações e deslizamentos de terra provocados pelas chuvas, informou a ministra encarregada da gestão de emergências, Marie Solange Kayisire, durante um programa de notícias na TV pública do país.
Ela também afirmou que o número de vítimas pode aumentar.
Flash floods caused by heavy rains on Wednesday night have killed at least 55 people, destroyed 91 houses washed 5 bridges across the country, @RwandaEmergency has confirmed. pic.twitter.com/e05RmBrUlb
— Rwanda Broadcasting Agency (RBA) (@rbarwanda) May 7, 2020
Já na Somália, ao menos 16 pessoas morreram e outras 200 mil foram afetadas pelos fenômenos meteorológicos desde que a temporada de chuvas começou, em abril, informou o escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).
“As chuvas provavelmente aumentarão o risco de doenças transmitidas pela água”, alertou o OCHA em seu último relatório sobre o impacto das inundações na Somália.
A previsão da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) indica que o risco de inundação moderado a alto persistirá pelo menos até meados de maio.
A agência da ONU apontou que o maior impacto foi sentido em Puntland, onde uma forte chuva em 27 de abril matou 8 pessoas e deslocou mais de 22 mil pessoas, e em Galmudug, onde 6 pessoas morreram e outras 22 mil foram afetadas.
A FAO disse também que mais de 100 mil pessoas na Somália do Sudoeste foram afetadas pelas inundações, enquanto em Jubalândia mais de 11.800 famílias foram deslocadas.
Com informações da Reuters e da Xinhua