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    Cruz enterrada por 1.000 anos na Europa é vista em detalhes pela primeira vez

    Restauração revelou mais informações sobre objeto religioso anglo-saxão, que foi alvo de disputa judicial milionária

    Rob Picheta, da CNN

    A intrincada decoração de uma antiga cruz de prata anglo-saxônica enterrada por mais de um milênio foi revelada pela primeira vez. Com isso, mais detalhes de uma das descobertas arqueológicas mais notáveis da Grã-Bretanha puderam ser vistos.

    A cruz foi encontrada como parte do Galloway Hoard, um tesouro descoberto por um homem com um detector de metais em um campo no oeste da Escócia em 2014.

    Decorada com nielo (uma liga metálica) preto e folha de ouro, a cruz tem gravuras representando cada um dos escritores dos Evangelhos.

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    O Galloway Hoard é considerado um dos mais ricos e significativos achados de objetos vikings já encontrados no Reino Unido. Ao lado da cruz, foram achados raros broches e pulseiras de prata, um anel de ouro e um alfinete de ouro em forma de pássaro.

    “A cruz peitoral, com sua decoração sutil de símbolos evangelistas e folhagens, ouro cintilante e incrustações pretas, e sua corrente delicadamente enrolada, é um excelente exemplo da arte dos ourives anglos-saxões”, escreveu Leslie Webster, ex-Guardiã da Grã-Bretanha, Pré-história e Europa no Museu Britânico, em um comunicado.

    Relíquia arqueológica
    Detalhe de um dos ‘braços’ da cruz encontrada na Grã-Bretanha
    Foto: Museu Nacional da Escócia/Divulgação

    De acordo com a historiadora, a cruz foi feita na Nortúmbria – que hoje é o norte da Inglaterra e o sul da Escócia – no século 9 para um clérigo de alto escalão.

    Cruzes anglo-saxões semelhantes são excepcionalmente raras. O único outro exemplo conhecido vem do século 9, mas é muito menos elaborado.

    O Galloway Hoard foi objeto de um processo de US$ 2,5 milhões movido pela Igreja da Escócia no ano passado, com a igreja alegando que tinha direito a uma parte do tesouro, já que ele foi descoberto em suas terras.

    O material havia sido encontrado pelo empresário aposentado e detector de objetos Derek McLennan, usando um detector de metais em um campo na região de Dumfries and Galloway, no oeste da Escócia.

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    “Inicialmente, não entendi o que havia encontrado, porque pensei que era uma colher de prata, então virei e limpei meu polegar sobre ele e vi o desenho do tipo Saltire e soube imediatamente que era viking”, contou McLennan à BBC no momento da descoberta.

    Junto com outras partes da coleção, a cruz será exibida na Escócia a partir de fevereiro.

    “O trabalho de conservação nos permite ver este objeto claramente pela primeira vez em mais de mil anos, mas também suscita novas questões”, opinou Martin Goldberg, curador principal das coleções da Idade Média e Viking dos Museus Nacionais da Escócia. em um comunicado.

    “Será que ele foi feito com ouro em bloco também, destinado a ser derretido nos tipos de lingotes com os quais foi encontrado? Podemos facilmente imaginar esta cruz sendo roubada de um clérigo cristão durante um ataque a uma igreja, um estereótipo clássico da Era Viking”, disse. “Mas a complexidade desse tesouro nos força a reconsiderar estereótipos simples”.

    As descobertas são relíquias de um período que viu a criação de entidades políticas separadas que agora conhecemos como Escócia, Inglaterra e Irlanda, disse o National Museums Scotland.

    (Texto traduzido, leia o original em inglês).

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