Aprovação de Trump despenca com mortes por coronavírus e Biden abre vantagem
Republicano tem sido criticado pela condução do governo nos EUA com mais casos confirmados e mais vítimas fatais da Covid-19
Mais norte-americanos se tornaram críticos ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no último mês, conforme aumenta o número de mortos na pandemia de coronavírus, e o desafiante democrata Joe Biden lidera com vantagem de 8 pontos entre eleitores registrados, de acordo com uma pesquisa Reuters/Ipsos publicada na terça-feira (12).
A pesquisa conduzida entre segunda e terça-feira mostrou que 41% dos adultos norte-americanos aprovam o desempenho de Trump no cargo, queda de 4 pontos em relação a um levantamento semelhante conduzido em meados de abril. A reprovação ao presidente cresceu 5 pontos para 56% no mesmo período.
O levantamento mostrou também que 46% dos eleitores registrados disseram que apoiariam Biden nas eleições do próximo dia 3 de novembro, enquanto 38% votariam em Trump. A vantagem de Biden era de 2 pontos em uma pesquisa Reuters/Ipsos da semana passada.
Os norte-americanos também parecem estar cada vez mais críticos à maneira pela qual Trump conduz a crise da saúde. De acordo com a pesquisa, aqueles que desaprovam o desempenho de Trump no comando da resposta à pandemia superam os que aprovam por 13 pontos percentuais — o maior saldo de desaprovação desde que a pesquisa passou a incluir essa questão no início de março.
Segundo a Universidade Johns Hopkins, os Estados Unidos são o país com o maior número de casos (1,3 milhão) e de mortes (82,3 mil) em decorrência do novo coronavírus. O número de casos confirmados é seis vezes maior do que o segundo com mais registros (a Rússia, com 232,2 mil) e o número de mortes é mais do que o dobro do segundo com mais registros (o Reino Unido, com 32,7 mil).
Pandemia
Inicialmente, Trump minimizou a ameaça do vírus que já matou mais de 80 mil pessoas nos Estados Unidos, o maior número de mortos de qualquer país do mundo. O presidente por vezes contradisse especialistas em doenças de seu governo, promoveu tratamentos potenciais que não foram considerados eficientes e já acusou governadores democratas de reabrirem seus estados vagarosamente para prejudicar suas chances de reeleição.
O presidente republicano já defendeu a condução de seu governo na crise e acusou a China de fracassar em alertar o mundo sobre a gravidade e o alcance da pandemia, que atingiu em cheio a economia.
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Biden tem aparecido à frente de Trump este ano nas pesquisas de eleitores registrados. Mas sua vantagem estava erodindo constantemente até esta semana.
A população vê Trump como um candidato mais forte na criação de empregos, enquanto Biden é visto como mais preparado nas questões relativas à saúde. A sondagem mostra que o público está dividido sobre qual candidato lidaria melhor com a resposta ao coronavírus.
A pesquisa Reuters/Ipsos foi conduzida online, em inglês, em todo o país. Ela reuniu respostas de 1.112 adultos norte-americanos, 973 deles identificados como eleitores registrados. O intervalo de credibilidade, uma medida de precisão, é de mais ou menos 4 pontos percentuais.