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    Ajuda ‘vem do coração do brasileiro’, diz Bolsonaro em embarque de comitiva

    Ex-presidente Michel Temer chefia missão do Brasil de ajuda humanitária para o Líbano

    Murillo Ferrari, da CNN, em São Paulo

    O presidente Jair Bolsonaro acompanhou nesta quarta-feira (12), na Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos (SP), a partida da comitiva brasileira em missão especial a Beirute, no Líbano, e disse que a data marca ainda mais a aproximação entre os dois países.

    “Nossos países não abrem mão de democracia e liberdade. É o que nós queremos para o mundo todo. E podem ter certeza, os 12 milhões de descendentes que estão no Brasil contribuem e muito com a nossa pátria, trabalhando, se integrando e colaborando nas mais diversas áreas para que o Brasil atinja o local de destaque que merece no cenário mundial”, disse o presidente.

    Bolsonaro disse ainda que a ajuda enviada pelo Brasil é um “ato simbólico, mas que vem do fundo do coração de todo o povo brasileiro”. “O mundo atravessa uma pandemia. Todos nós sofremos com isso. Quis o destino, lamentavelmente, que nossos irmãos do Líbano fossem acometidos também por esse desastre”, declarou.

    Bolsonaro agradeceu ainda o ex-presidente Michel Temer e disse ter certeza de que ele “aceitaria de pronto essa missão”.

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    Em pronunciamento na cerimônia, o ex-presidente Michel Temer se disse “agradavelmente surpreendido e emocionado” com o convite de Bolsonaro para chefiar a missão de ajuda ao Líbano.

    “Quero, com muita emoção, dizer que estou agradecendo em nome dos meus pais, presidente Bolsonaro, que já faleceram há muito tempo. Mas falo no plano espiritual, onde estão acompanhando essa solenidade e aplaudindo o que Vossa Excelência está fazendo pelo Líbano”, disse Temer.

    “Quero revelar, senhor presidente, a grande receptividade que o Brasil tem em relação aos estrangeiros. Permita-me que eu dê o meu exemplo: sou primeiríssima geração de libaneses no Brasil. Meus pais casaram-se no Líbano, tiveram os três primeiros filhos lá e aqui tiveram mais cinco, sou o último deles. E veja, vossa excelência, a carreira que eu pude fazer no nosso país, o que revela a grandeza do Brasil e do seu povo, que é capaz de acolher os estrangeiros com o carinho que permitiram a esse modesto orador que chegasse onde pude chegar.”

    O presidente Jair Bolsonaro, o ex-presidente Michel Temer e mais autoridades no
    O presidente Jair Bolsonaro, o ex-presidente Michel Temer e mais autoridades no embarque da missão ao Líbano
    Foto: Reprodução/CNN (12.ago.2020)

    A ajuda brasileira

    O governo brasileiro envia ajuda humanitária ao Líbano em resposta às graves explosões que atingiram o porto da capital libanesa em 4 de agosto. O retorno da comitiva está previsto para o sábado (15).

    A aeronave KC-390, da Força Aérea Brasileira (FAB), foi carregada com 6 toneladas de materiais, entre medicamentos, equipamentos de saúde e alimentos, doados pelo Ministério da Saúde e pela comunidade libanesa no Brasil. 

    Outro avião da FAB, o VC-2 (Embraer 190), levará os integrantes da comitiva, entre eles o ex-presidente Michel Temer, que é filho de libaneses e chefia a comitiva, os senadores Nelson Trad Filho e Luiz Pastore, o secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Flávio Viana Rocha, e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.

    As duas aeronaves decolam de São Paulo rumo a Fortaleza, no Ceará, onde será realizado o primeiro intervalo técnico. Na sequência, seguem para a Ilha do Sal, em Cabo Verde, e prosseguem para Valência, na Espanha. Só então decolam rumo a Beirute, com chegada prevista para a tarde de quinta-feira (13).

    Além da missão especial humanitária, o governo brasileiro apoia o país por meio do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que colaboram na elaboração de mapas com imagens de satélites de Beirute, para as atividades de mapeamento emergencial pós-desastre.

    Avião que levará suprimentos em missão humanitária do Brasil ao Líbano
    Avião KC-390, da Força Aérea Brasileira (FAB), que levará suprimentos em missão humanitária do Brasil ao Líbano
    Foto: CNN (12.ago.2020)

    Desastre em Beirute

    As explosões na região portuária de Beirute foram causadas por problemas no armazenamento de cerca de 2.750 toneladas de nitrato de amônio, substância usada na produção de explosivos e fertilizantes. 

    O desastre causou pânico e destruição na capital libanesa e deixou mais de 170 pessoas mortas e mais de 6 mil feridos ou desabrigados, muitos com queimaduras graves. O impacto da maior explosão chegou a ser sentido no Chipre, a mais de 200 quilômetros da costa libanesa.

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    O porto de Beirute era o principal local de armazenamento de grãos do país e a explosão deixou os libaneses com menos de um mês em reservas de alimentos. O Líbano possui 6,8 milhões de habitantes.

    A tragédia ocorreu em meio a uma crescente crise econômica e divisões internas no país. Na segunda-feira (10), o primeiro-ministro do Líbano, Hassan Diab, anunciou a renúncia de seu governo após protestos públicos contra os líderes do país.

    Em pronunciamento, Diab afirmou que a detonação de material altamente explosivo que estava armazenado no porto da capital por sete anos foi “resultado de corrupção endêmica”. Vários ministros também já haviam renunciado no fim de semana.

    (Com informações da Agência Brasil)

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