Em missão rigidamente controlada, equipe da OMS visita hospital em Wuhan
Cientistas da OMS que investigam as origens da Covid-19 visitaram, neste sábado, hospital em Wuhan que tratou primeiros casos de pneumonia desconhecida em 2019
A equipe liderada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que investiga as origens do Covid-19 durante uma missão que tem sido rigidamente controlada elos anfitriões chineses visitou um hospital neste sábado (30), que tratou alguns dos primeiros pacientes do novo coronavírus no centro de Wuhan.
No segundo dia de pesquisas de campo, após duas semanas de quarentena, a equipe foi ao Hospital Jinyintan, onde médicos coletaram amostras de pacientes que sofriam então de uma pneumonia não identificada no final de 2019.
“Importante oportunidade de falar diretamente com os médicos que estavam em campo naquele momento crítico lutando contra o Covid-19”, disse o membro da equipe da OMS, Peter Daszak, no Twitter.
Os membros da equipe que deixaram o hospital não falaram com os jornalistas, que foram mantidos à distância desde que o grupo deixou seu hotel de quarentena na quinta-feira.
“Acabo de voltar de uma visita ao hospital Jinyintan, especializado em doenças infecciosas e designado para o tratamento dos primeiros casos em Wuhan. Histórias bastante semelhantes ao que ouvi dos médicos de nossa UTI”, tuitou a integrante da equipe Marion Koopmans.
A investigação liderada pela OMS tem sido afetada por atrasos, preocupações sobre acessos e disputas entre Pequim e Washington, que acusou a China de esconder a extensão do surto inicial e criticou os termos da visita.
A OMS, que tem procurado gerir as expectativas para a missão, disse na sexta-feira que os membros da equipe se limitariam a visitas organizadas pelos seus anfitriões chineses e não teriam qualquer contato com pessoas da comunidade por questões sanitárias.
O itinerário do grupo não foi anunciado, mas a OMS disse que a equipe planeja visitar o mercado de frutos do mar no centro do surto precoce, bem como o Instituto de Virologia de Wuhan. Uma hipótese, rejeitada pela China, é que o surto foi causado por um vazamento no laboratório do governo.
Mais tarde no sábado, a equipe da OMS foi a um centro de exposições que apresenta uma exposição comemorando os primeiros esforços para combater o surto em Wuhan, que incluiu um bloqueio de 76 dias da cidade de 11 milhões de habitantes.
A China promoveu a ideia de que o vírus existia no exterior antes de ser descoberto em Wuhan, com a mídia estatal citando a presença do vírus em embalagens de alimentos congelados importados e documentos científicos afirmando que ele havia circulado na Europa em 2019.
O Ministério das Relações Exteriores da China também deu a entender que o fechamento repentino de um laboratório do exército dos EUA em Fort Detrick, em Maryland, em julho de 2019, estava relacionado à pandemia.