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    Joe Biden: ex-vice de Obama aposta em ser o ‘anti-Trump’ para vencer a eleição

    Joe Biden é o candidato do Partido Democrata a presidente dos Estados Unidos

    Marcelo Favalli, da CNN, em São Paulo

    Joe Biden é o candidato do Partido Democrata a presidente dos Estados Unidos. Biden foi senador pelo estado de Delaware por 36 anos, entre 1973 e 2009, tendo comandado os comitês judiciário e de relações exteriores do Senado americano.

    Em 2008, Biden se elegeu vice-presidente na chapa de Barack Obama, tendo sido reeleito ao lado do então presidente em 2012. Depois de quatro anos do final da gestão ao lado de Obama, Biden concorre para ser ele o próximo ocupante da Casa Branca.

    O principal mote da candidatura democrata é o antagonismo ao que representa o atual presidente e adversário, Donald Trump. A candidata a vice-presidente é a senadora Kamala Harris.

    Biden enfrenta Trump nesta terça-feira (29), no primeiro debate entre os candidatos a presidente dos Estados Unidos. 

    A CNN Brasil e a CNN americana irão transmitir siultaneamente o primeiro debate, a partir das 21h45 (horário de Brasília). Em parceria com a CNN Brasil, o portal UOL retransmitirá o evento.

    Será possível acompanhar o debate pela CNN na TV, pelo canal 577 nas maiores operadoras de TV paga: Claro/NET, Sky, Oi e Vivo Fibra. Para outras operadoras, consulte a lista oficial com a numeração.

    Também será possível ainda assistir ao vivo pelo site da CNN Brasil e em seus perfis no Facebook e no Twitter

    Empregos, empregos, empregos

    Há quatro anos, Donald Trump se elegeu presidente dos Estados Unidos com três promessas: empregos, empregos e empregos.

    A garantia de que o americano estaria empregado levou o republicano a vencer em estados onde a linha de produção acabou sendo transferida para o exterior. Milhares de empresas foram seduzidas por propostas vantajosas na Ásia e na América Latina na virada do século.

    Durante a campanha de 2016, os Estados Unidos vinham embalados pela retomada do crescimento econômico depois da severa crise de 2008. Trump herdou um país já na fase de recuperação, após os oito anos de governo Barack Obama.

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    A política de incentivos — e pressão — de Trump para que fábricas e montadoras reabrissem filiais nos Estados Unidos fez com que o número de vagas disparasse. Investir nos setores de carvão e petróleo também deu resultado.

    No final do ano passado, o país chegou ao chamado “pleno emprego”, quando cerca de 97% da população economicamente ativa está contratada.

    Mas pesa contra Trump uma rejeição historicamente alta, mesmo quando o assunto é geração de emprego. Entre o começo da gestão, em janeiro de 2017, até a primeira quinzena de 2020, o presidente não agradou sequer metade da população americana.

    O anti-Trump

    Joe Biden, candidato democrata à presidência dos EUA
    Joe Biden, candidato democrata à presidência dos EUA
    Foto: Jonathan Ernst -28.jul.2020/ Reuters

    A desaprovação do atual presidente junto aos eleitores é uma importante ferramenta da propaganda política dos adversários. Um dos pilares da campanha democrata é deixar claro que Joe Biden é o “antagonista” de Donald Trump.

    A pandemia do novo coronavírus expôs um drama dos americanos mais pobres: a dificuldade de pagar por um serviço médico de qualidade.

    O fato dos Estados Unidos serem o país com o maior número de casos confirmados da Covid-19 serviu para os democratas apresentarem o que o partido está chamando de “expansão do Obamacare”, programa de atendimento médico que ficou marcado durante a gestão Obama.

    Saúde

    Biden garante que a política de saúde implementada por Barack Obama — e revogada por Donald Trump — será ainda mais abrangente se ele for eleito presidente. O plano é garantir a cobertura médica a 97% da população.

    O levantamento feito por uma organização não-governamental calcula que a proposta custaria mais de US$ 2 trilhões aos cofres públicos americanos.

    Economia

    Joe Biden se compromete a praticamente dobrar o salário mínimo dos trabalhadores dos Estados Unidos, que é calculado por hora. O valor, que hoje é de US$ 7,25, passaria para US$ 15. 

    O democrata também quer acabar com a baixa remuneração de pessoas que recebem gorjetas de clientes, como os garçons.

    Os democratas elaboraram o plano batizado de Rebuild Better, algo como “Reconstruindo melhor” — em alusão ao slogan de Trump, o Make America Great Again (“Fazer os Estados Unidos grandes novamente”). 

    Biden vai defender a ideia de investir US$ 700 bilhões para incentivar o desenvolvimento tecnológico, que irá sustentar as leis de incentivo para consumo de produtos fabricados em solo americano.

    Meio ambiente

    Ao longo da campanha, os democratas irão explicar como pretendem investir US$ 2 trilhões em energia limpa. O projeto havia sido apresentado inicialmente por Hillary Clinton, quando a ex-senadora enfrentou Donald Trump em 2016.

    As vantagens do projeto, segundo a equipe de Joe Biden, são a geração de empregos e uma menor dependência dos Estados Unidos para com o petróleo.

    Mudar a matriz energética irá possibilitar ao país retornar ao Acordo de Paris, participação cancelada por Donald Trump em 2017. O tratamento, escrito na Cop-2015, pretende diminuir a emissão de poluentes e o aquecimento global.

    Controle de armas

    Se vencer, Biden diz que vai trabalhar para proibir a venda online de armas e munições. O candidato democrata quer incentivar leis que permitam à polícia confiscar armamento de pessoas que sejam consideradas perigosas.

    A principal meta do candidato é ainda exigir a checagem de antecedentes criminais de pessoas que queiram comprar rifles.

    Política externa

    A meta dos democratas é reverter as principais ações de Trump no campo da política externa, a começar pelo muro de contenção de imigrantes na fronteira sul dos Estados Unidos.

    A campanha de Biden também quer retomar o projeto Dreamers (“Sonhadores”, em inglês), que garante a permanência nos Estados Unidos de crianças que entraram ilegalmente no país.

    Quanto à China, a proposta democrata é excluir Xi Jinping de coalizações internacionais como consequência ao que a Casa Branca considera “práticas comerciais injustas”

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