Suu Kyi comparece a tribunal de Mianmar pela primeira vez desde golpe militar
Líder deposta diz que não tem acesso a jornais na detenção e que só está parcialmente ciente do que está acontecendo do lado de fora
![Ganhadora do Nobel da Paz e líder deposta em golpe militar em Mianmar, Aung San Suu Kyi Ganhadora do Nobel da Paz e líder deposta em golpe militar em Mianmar, Aung San Suu Kyi](https://preprod.cnnbrasil.com.br/wp-content/uploads/sites/12/2021/06/38702_EF54ABD377945E96-1.jpg?w=1220&h=674&crop=1)
A líder deposta de Mianmar, Aung San Suu Kyi, compareceu pessoalmente a uma audiência de um tribunal nesta segunda-feira (24) pela primeira vez desde que seu governo foi deposto pelos militares quase quatro meses atrás, disseram seus advogados.
Suu Kyi parecia com boa saúde durante a reunião de 30 minutos com sua equipe legal, mas disse que não tem acesso a jornais na detenção e que só está parcialmente ciente do que está acontecendo do lado de fora, disse Khin Maung Zaw, líder sua equipe legal, à Reuters.
A líder deposta de 75 anos, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1991 por seus esforços para instaurar a democracia, é uma da mais de 4 mil pessoas detidas desde o golpe de 1º de fevereiro. Ela enfrenta acusações que vão da posse ilegal de rádios walkie-talkie à violação de uma lei de segredos estatais, puníveis com 14 anos de prisão.
Mianmar vive um caos desde que o Exército tomou o poder, com protestos diários, marchas e greves de âmbito nacional contra a junta – que reage com força letal, já tendo matado mais de 800 pessoas, de acordo com a a Associação de Assistência a Prisioneiros Políticos (AAPP).
- 1 de 11Manifestante segura arma caseira feita com canos durante protesto contra golpe militar em Mianmar Crédito: Stringer/Reuters (3.abr.2021)
- 2 de 11Monges protestam contra golpe militar em Mianmar, em 28 de março de 2021 Crédito: Jose Lopes Amaral/NurPhoto via Getty Images
- 3 de 11Protestos em Mianmar: Manifestantes contrários ao golpe militar entram em confronto com forças de segurança na cidade de Yangon Crédito: Stringer/Reuters
- 4 de 11Protestos em Mianmar: Manifestantes contrários ao golpe militar entram em confronto com forças de segurança na cidade de Yangon Crédito: Stringer/Reuters
- 5 de 11Protestos em Mianmar: Manifestantes contrários ao golpe militar entram em confronto com forças de segurança na cidade de Yangon Crédito: Stringer/Reuters
- 6 de 11Dentro de ônibus, pessoas acenam ao deixar prisão em Mianmar; ativistas falam em centenas de pessoas soltas Crédito: Reuters
- 7 de 11Protesto pacífico contra o regime militar em Mianmar faz homenagens às vítimas assassinadas Crédito: Ceng Shou Yi/NurPhoto via Getty Images
- 8 de 11Mãe de adolescente de 15 anos morto em manifestações contra o novo governo em Mianmar chora em seu funeral Crédito: Stringer/Getty Images
- 9 de 11Irmã de Aung Kaung Htet, adolescente morto em protestos contra o regime militar em Mianmar, segura seu retrato durante funeral Crédito: Stringer/Getty Images
- 10 de 11Funeral de Aung Kaung Htet, assassinado quando militares abriram fogo contra manifestantes, em 21 de março Crédito: Stringer/Getty Images
- 11 de 11Soldados do lado de fora do Banco Central de Mianmar durante protesto em Yangon contra golpe militar Crédito: Reuters (15.fev.2021)
Suu Kyi “desejou saúde ao povo” na reunião com seus advogados, e também se referiu ao seu partido Liga Nacional pela Democracia (NLD), que pode ser dissolvido em breve.
“Nosso partido surgiu do povo, por isso existirá enquanto o povo o apoiar”, disse ela, segundo Khin Maung Zaw.
A comissão eleitoral indicada pela junta de Mianmar dissolverá a NLD, alegando uma fraude eleitoral na eleição de novembro, noticiou a mídia local na sexta-feira (22) citando um comissário. A antiga comissão eleitoral rejeitou as acusações.