Sem previsão para terminar, trabalho para desencalhar navio em Suez continua
A operação prevê a retirada de alguns contêineres dos 18 mil presentes no Ever Given; bilhões de dólares em cargas estão acumuladas nas centenas de embarcações
O presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, deu ordens para reduzir a carga do navio Ever Given, que ficou encalhado na rota do Canal do Suez, que corta o país. A operação prevê a retirada de alguns dos 18 mil contêineres presentes no veículo.
O navio bloqueia a passagem da via comercial desde terça-feira (23). O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, já ofereceu ajuda ao governo egípcio para lidar com a situação.
Ao todo, 369 navios aguardam para transitar no canal. Equipes de resgate seguem trabalhando com 14 rebocadores e dragas para desencalhar o Ever Given, mas na segunda-feira (29) rebocadores mais potentes chegarão ao local.
O navio já se moveu 29 metros, mas ainda não dá passagem para os outros. Ainda não se sabe quanto tempo vai demorar para ocorrer o desbloqueio da rota.
O efeito paralisante do navio porta-contêineres Ever Given no tráfego global ficou claro neste domingo (28), quando a vizinha Síria, já marcada por anos de guerra, impôs um racionamento de combustível para proteger os suprimentos cada vez menores de petróleo.
Autoridades do Canal de Suez esperavam que a maré alta e os esforços de dragagem pudessem fazer com que o navio gigante fosse libertado na noite de sábado (27), quatro dias depois de ter encalhado. Mas, apesar do progresso da noite anterior em liberar o leme e a hélice, a embarcação continua travada no canal.
Enquanto isso, bilhões de dólares em cargas vitais e produtos sensíveis estão acumulados nas centenas de navios cujo caminho está bloqueado. Cerca de uma dúzia deles carrega gado.
O diretor da ONG Animals International na UE, Gabriel Paun, alertou que milhares de animais transportados nos navios –a maioria romenos– correm o risco de morrer se a situação não for resolvida nos próximos dias.