Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Rússia diz que reação do Ocidente a caso com avião em Belarus é chocante

    No domingo, aeronave da Ryanair foi forçada a pousar na capital do país, Minsk, o que permitiu a prisão de um jornalista dissidente

    Protesto em Kiev, na Ucrânia, pela prisão do jornalista opositor Roman Protasevich pelo governo bielorrusso
    Protesto em Kiev, na Ucrânia, pela prisão do jornalista opositor Roman Protasevich pelo governo bielorrusso Foto: Anatolii Siryk - 23.mai.2021/Ukrinform/Barcroft Media via Getty Images

    A Rússia acusou o Ocidente, nesta segunda-feira (24), de hipocrisia em sua resposta indignada ao desvio de um avião para a capital de Belarus, Minsk.

    Autoridades bielorrussas enviaram um caça e sinalizaram o que acabou sendo um falso alerta de bomba para forçar um avião da Ryanair a pousar no domingo (23). Em seguida, prenderam um jornalista dissidente que estava a bordo do avião.

    O ato foi condenado por países europeus, pelos Estados Unidos e pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

    “É chocante que o Ocidente chame o incidente no espaço aéreo bielorrusso de ‘chocante'”, escreveu a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Maria Zakharova no Facebook.

    “Se eles não ficaram chocados com o pouso forçado na Áustria do avião do presidente boliviano a pedido dos Estados Unidos, não deveriam ficar chocados com comportamento semelhante de outros”, completou.

    Zakharova se referia a um episódio de 2013 quando o avião com o então líder da Bolívia Evo Morales foi forçado a pousar em Viena depois que França e Portugal fecharam seu espaço aéreo durante a viagem de volta de Moscou devido a temores de que o ex-funcionário da agência de espionagem dos EUA Edward Snowden estivesse a bordo – o que não se confirmou.

    Desvio de rotas e possíveis punições

    Apesar de ser pouco provável que Belarus sofra algum tipo de sanção mais grave, o episódio deve causar mudanças nos padrões de tráfego aéreo na Europa.

    A airBaltic, uma companhia aérea da Letônia, por exemplo, se tornou a primeira a anunciar nesta segunda-feira (24) que não vai mais voar sobre o espaço aéreo bielorrusso.

    O chefe da Ryanair, Michael O’Leary, que se referiu ao incidente como um sequestro patrocinado pelo estado, disse acreditar que agentes de segurança estavam no voo e desembarcaram em Minsk. Isso significaria que a operação foi efetivamente coordenada com espiões que operam no terreno na Grécia, de onde partiu o voo.

    “A União Europeia (UE) considerará as consequências desta ação, incluindo a adoção de medidas contra os responsáveis”, disse o chefe de política externa da UE, Josep Borrell, em um comunicado. 

    A chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que “o comportamento ultrajante e ilegal do regime em Belarus terá consequências”.

    Minsk tem ignorado sanções anteriores o ano passado, que consistem principalmente em adicionar vários funcionários a listas que restringem seu direito de viajar ou fazer negócios na Europa e nos Estados Unidos. 

    A UE já trabalhava em uma quarta rodada de medidas antes do incidente com a Ryanair.

    Passos adicionais poderiam agora incluir a suspensão dos voos de companhias aéreas do bloco sobre Belarus ou a proibição da companhia aérea bielorrussa Belavia de pousar em aeroportos da UE. 

    Um funcionário da UE disse que a suspensão do trânsito terrestre também pode ser discutida.