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    Equador: Indígena e banqueiro disputam vaga no 2º turno contra aliado de Correa

    Candidato de esquerda Andrés Arauz lidera com folga, mas não evitará uma nova votação; Yaku Pérez aparece à frente de Guillermo Lasso

    Da CNN, em São Paulo

    O economista equatoriano Andrés Arauz se prepara para disputar o segundo turno na eleição presidencial, mas ainda não sabe se enfrentará um banqueiro conservador ou um ativista indígena.

    O segundo lugar na votação realizada no domingo (7) é disputado voto a voto entre o candidato pró-mercado Guillermo Lasso e o líder indígena anti-mineração Yaku Pérez – que lidera com menos por 0,06 ponto percentual.

    De acordo com a contagem parcial divulgada às 4h37 (hora de Brasília) pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Arauz tinha 32,23% dos votos com 96,81% das urnas apuradas. Já Pérez aparecia com 19,71% e Lasso com 19,65%.

    O forte desempenho de Pérez já é o melhor resultado na história para um candidato indígena e rompe uma disputa que há meses havia sido definida por divisões ideológicas entre o livre mercado de um lado e a generosidade socialista do outro.

    O indígena e seus apoiadores começaram uma vigília na noite de domingo em frente a um hotel em Quito onde as autoridades eleitorais estavam contando os votos, prometendo evitar que alguma fraude eleitoral o impedisse de avançar para o segundo turno de 11 de abril.

    Lasso, em um comício de comemoração em sua cidade natal, Guayaquil, afirmou que uma recontagem completa dos votos mostraria que ele iria ao segundo turno. Qualquer candidato pode solicitar recontagens manuais no Equador.

    Arauz, de 36 anos, é apoiado pelo ex-presidente Rafael Correa. Ele prometeu fazer pagamentos em dinheiro de US$ 1.000 a 1 milhão de famílias ao assumir o cargo e diz que rejeitará as condições de um pacote de financiamento de US$ 6,5 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI).

    Lasso prometeu estimular a economia com maior investimento estrangeiro e redução de impostos. O ativismo de Pérez se concentrou em defender a proteção dos rios da mineração e prometer equilibrar as contas fiscais do país recuperando fundos roubados em governos anteriores.

    Outra surpresa foi o empresário pouco conhecido Xavier Hervas, candidato de centro-esquerda que obteve 16,01% dos votos, apesar de nunca ter disputado uma eleição.

    O presidente Lenín Moreno, ex-aliado de Correa eleito em 2017, não se candidatou para um segundo mandato.

    O mercado financeiro aguarda os resultados, mas a retórica de Arauz já provocou uma venda de títulos.

    Ele disse que continuará pagando as dívidas do país, mas que o investimento social terá prioridade e também pediu uma investigação da reestruturação de títulos de US$ 17,4 bilhões feita no ano passado.

    Em janeiro, os títulos equatorianos tiveram o pior desempenho entre o índice JPMorgan EMBI Global Diversified, com um retorno total de -15%.

    (Com informações da Reuters e da CNN)

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